Cordas
Elton Ribeiro
Corda que te sufoca.
Acorda para vida e foca.
Uma corda não te desloca.
Cordas te prendem.
Compreenda antes que ela te prenda.
Cordas te vendem.
Cordas são como humanos.
Humanos são como cobras.
Dando botes de enganos.
Sem saber que a vida cobra...
Eu vivi em meio a humanos.
Todos eles eram cordas.
Alguns deles insanos.
Mas todos com essas merdas...
Eu fugi, acordei.
Andei, encontrei um lugar.
Um bom lugar onde sentei.
E comecei a cantar.
E veio um homem me falar.
Quem és tu, que está a passar?
Quem és tu que canta.
E o canto parece bastar.
Sou homem, menino.
Venho do país que não tem hino.
E minha vida é cantar.
E que país é esse?
Voltou o homem a perguntar.
Que país é esse
Que tu estás a falar?
É o país das cordas.
Onde todos querem te amarrar.
É o país das cordas.
Lá nunca me deixam cantar.
Que estranho, garoto.
Disse o homem a pensar.
Aqui também somos cordas.
Mas não nascemos para amarrar.
Aqui também somos cordas.
Mas nós adoramos cantar.
E o garoto perguntou:
“Que tipo de país é esse em que estou?”
E se assustou.
Quando o homem lhe contou.
Ainda estava no mesmo país.
Mas não no mesmo lugar.
Estava no mesmo país.
Mas ali poderia cantar.
Que tipo de corda é você?
Que não vai me prender.
Nem mesmo me reprimir.
Que tipo de corda é você?
Que ainda quer me ler.
E até mesmo ouvir.
Que tipo de corda é você?
Que não me silencia
Que tipo de corda é você?
Que gosta de poesia.
Sou diferente tipo de corda.
Daquela que na manhã acorda.
Querendo ver o belo.
Ouvir o feliz,.
Que acorda no sol amarelo.
E ama quem diz:
Não me rendo infeliz.
Sou a corda que você segura.
Para sair do precipício.
Posso ser a sua cura.
E isso tudo desde o início.
Eu sou humano de bravura.
Que não se rendeu a obscura.
Arte que perfura corações.
E promove destruições...
E ao ouvir aquilo.
O garoto chorou.
E intranquilo,
O homem perguntou:
Por que choras?
Para chegar até a aqui.
Demorei muitas horas.
Para chegar até aqui.
Foram muitas auroras.
Demorei anos.
Para sair de onde estava.
Enfrentei danos.
Enquanto me calava.
Pensando que era só isso que me restava.
Mas... Não.
Humanos são como cordas.
Alguns te seguram.
Em outros você transborda.
Alguns te sufocam.
Mas alguns deles te tocam.
Tocam sua alma.
Tocam seu ser.
E vão bater palma.
Quando você vencer...
COMO COLABORAR
Participe você também
Envie sua colaboração para o email: jornaldoleitor@opovo.com.br e seu texto estará no Jornal do Leitor Online
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Newsletter
Copyright © 1997-2016