Estudantes que participaram dos atos de ocupação das escolas estaduais entre abril e agosto seguem sendo intimados a depor na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Na tarde da última sexta-feira, 26, sete alunos que participaram dos movimentos que reivindicam melhorias no ensino público foram à Delegacia prestar depoimento.
Sob o argumento de que se procura investigar os responsáveis por atos de depredação e dano ao patrimônio público, os estudantes estão sendo intimados a depor na DCA. No entanto, segundo os adolescentes, o teor das perguntas no inquérito pouco aborda tais atos de depredação e foca em buscar ligações políticas do movimento..
De acordo com um dos alunos que não quis se identificar temendo retaliações, lhes foi perguntado se havia envolvimento deles com grupos políticos ou se havia alguém orientando os estudantes quanto à organização e decisões da mobilização.
Integrantes do movimento político "Crítica Radical" organizaram um ato na tarde de sexta-feira na DCA em solidariedade aos estudantes. Isso porque nas primeiras oitivas nessa semana foi perguntado a eles se estavam ligados ao grupo político. "Ficou evidente que há um objetivo de intimidação dos estudantes que me soa muito estranha. É um processo inquisitório", protesta Rosa da Fonseca, uma das líderes do Crítica Radical, que critica ainda o fato dos diretores das escolas fornecerem os nomes e dados pessoais dos alunos à Polícia.
A Defensoria Pública e o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) prestam assessoria jurídica aos estudantes. Os representantes desses órgãos contam que os alunos têm passado por constrangimentos aos serem intimados a depor.
"As perguntas feitas são as mais impertinentes. Questionam se eles fazem parte de grupos políticos ou partidários. A própria Polícia é antipática à forma como está se dando tudo isso porque existem atos infracionais mais graves a serem investigados", complementa o defensor público José Valente Neto.
"O dano já está feito. Dois policiais armados chegam na casa deles com essa intimação. Muitas mães reclamam desse constrangimento psicológico que as famílias acabam passando", conta Dillyane Ribeiro, advogada do Cedeca.
Iolanda Fonseca, delegada titular da DCA, confirma que os nomes foram fornecidos pelos diretores das escolas. Mas garante que o cunho das investigações não é descobrir relações políticas, mas descobrir os responsáveis pelos danos.
"Alguns alunos estão sendo chamados para que averigue possíveis danos causados durante as ocupações. Perguntamos apenas informações sobre a organização do movimento", afirma.
Questionada pelo O POVO Online se a DCA poderia concentrar esforços para apurar atos infracionais mais graves que os supostos durante as ocupações, Iolanda admite a dificuldade para identificar se houve responsabilidade dos estudantes ocupantes e que a investigação vem da Delegacia Geral.
"Estamos apurando e não estamos identificando porque, de fato, é muito difícil saber quem foi. Essa investigação é uma determinação da Delegacia Geral. Até o próximo dia 8 devemos encerrar o inquérito", finaliza.
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