Atualizada às 10 horas de segunda-feira, 11

O estudante universitário Renato Moreira, 21, utilizou sua conta pessoal no Facebook para denunciar uma agressão cometida por um guarda municipal contra ele e uma amiga, dentro do terminal da Parangaba, na noite do último sábado, 9. O relato dele possui, até a noite deste domingo, 10, mais de 700 "curtidas" e dezenas de compartilhamentos. A Guarda Municipal disse que o caso será investigado.

Segundo Renato, ele estava no terminal acompanhado de uma amiga, que sentou em uma escada do local, por volta das 18 horas. Neste momento, um guarda teria dito, de maneira grosseira: "Você tá cega, não está vendo que não pode sentar aí, sua infeliz?".

"Eu levantei e disse pra minha amiga levantar, mas ela disse que só faria isso quando o guarda pedisse com educação. Chegou outro guarda e pediu, mas ela também esperou que o outro falasse com ela direito", explicou Renato ao O POVO Online. Durante a discussão, Renato conta que foi comprar uma água para a jovem, que estava muito nervosa.

"Quando eu voltei ela já estava levantada, porque ele tinha puxado o braço dela. Ele começou a jogar spray de pimenta na minha amiga, e tivemos que sair do terminal para pedir ajuda. Ela ainda desmaiou", relata. Renato acompanhou a amiga supostamente agredida até o shopping próximo ao terminal, quando se encontrou com outra colega.

A jovem que teria sido atingida com spray foi para casa, e Renato e a outra amiga voltaram ao terminal para pegarem um ônibus até o Pré-Carnaval do Benfica. Lá dentro, ele conta que disse ao suposto agressor que aquilo não ficaria impune.

''Então ele começou a dizer: 'Como é que é, quem você pensa que é pra falar assim comigo, seu marginal?'. Aí ele foi logo me puxando pela camisa e me dando chutes na perna". O universitário disse que a agressão contra ele ocorreu próximo à viatura da Guarda, que fica estacionada dentro do terminal, e que os usuários de ônibus presenciaram o caso.

"Os outros guardas não fizeram nada. Eu disse que não era marginal, que estudava, e ele me deu um tapa, dizendo que eu só ia sair de lá quando ele quisesse". Segundo o jovem, foi neste momento que o agressor sacou, novamente, o spray de pimenta.

"Eu senti o 'diabo' do spray, meus olhos ardendo. Aí ele mandou eu 'vazar' dali". Depois de ser atingido com o spray, Renato disse que foi para outro lado do terminal, onde esperou que o efeito passasse.

Ele a amiga que também teria sido agredida ainda não fizeram nenhum Boletim de Ocorrência, pois estavam com medo de represálias. "Eu só decidi fazer meu relato no Facebook mesmo porque fiquei revoltado'', diz.

''Eu penso assim, se isso acontece comigo, que sou relativamente favorecido, pois posso denunciar, eu fico pensando quando eles abordam uma pessoa que não têm condições. Um mendigo, por exemplo. Eles podem até matar", afirma.

Para o jovem, os guardas não têm treinamento para utilizarem os sprays. "Imagine com porte de arma. Esse guarda chegou logo na ignorância verbal. Eu ainda estou assustado", completa.

De acordo com Renato, o agressor é moreno, com um tipo físico mais "gordo" e altura mediana.

Procedimento

O POVO Online entrou em contato com as assessoria da Guarda Municipal na manhã desta segunda-feira, 11, que explicou que uma denúncia formal deve ser feita junto à Secretaria Municipal de Segurança (Sesec), e o caso será investigado. "Após esse passo, a secretaria apura os fatos e, caso essa denúncia seja confirmada, um procedimento disciplinar administrativo é aberto", completa.

A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) disse, na manhã desta segunda-feira, 11, que as câmeras de segurança do terminal não captaram o caso por conta da localização da ocorrência.

Serviço
Ouvidoria da Sesec

http://www.fortaleza.ce.gov.br/sesec