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Atualizada às 15 horas
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) investiga, com o Tribunal de Primeira Instância de Bruxelas (Bélgica), supostos abusos sexuais cometidos por um padre belga contra crianças do Ceará e do país europeu. Computadores e documentos relativos a doações de imóveis para testemunhas do caso foram apreendidos nesta sexta-feira, 8, em três endereços do suspeito, em Fortaleza e Caucaia, onde ele reside atualmente.
A procuradora da República, Lívia Maria de Sousa, informou que o padre, de aproximadamente 77 anos, mora no Ceará desde 2003, mas antes disso, morou um tempo no Rio de Janeiro. O processo contra ele e outros membros da Igreja Católica foi instaurado na Bélgica em 2010, a partir de denúncias de vítimas - todas elas do sexo masculino.
Segundo o MPF, o material foi apreendido mediante mandados de busca e apreensão e será periciado pela Polícia Federal. Após a conclusão dos elementos, o resultado será encaminhado ao tribunal belga.
“Em Caucaia, ele mantinha uma casa de apoio e atendimento de crianças carentes do sexo masculino. Era um abrigo informal, que funcionou entre 2003 e 2013, sem autorização da Justiça e da Prefeitura”, explica Lívia. O abrigo foi fechado durante Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa, mas ele continua solto por falta de provas.
Em 2014, o MPF recebeu da Bélgica um acordo de cooperação internacional que facilitou a investigação. Por enquanto, ainda não foram recebidas denúncias de vítimas cearenses, mas os relatos das vítimas da Europa indicam abuso sexual de meninos entre 9 e 11 anos.
"Várias crianças relataram estupro, crime que na Bélgica tem pena de até 15 anos de prisão e no Brasil de até 12 anos [em regime fechado]”, disse Lívia. Representantes do tribunal belga estiveram em Fortaleza no ano passado, nos dias 5 e 6 de novembro, e acompanharam depoimentos de testemunhas do caso.
"Ele já prestou depoimento com o MPF do Ceará e de Bruxelas, mas disse que não desejava falar sobre as informações da Bélgica. Sobre a prática aqui, ele defendeu que não há provas”, relata a procuradora. O MPF tenta agora localizar as possíveis vítimas no Estado, além de pessoas que podem ter participado do caso.
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Serviço
Informações ou denúncias sobre o caso podem ser feitas no site do MPF ou pelo telefone (85) 326-66700. O órgão garante o sigilo absoluto das fontes.
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