Morreu, na noite da última quinta-feira, 20, o policial militar Agildo da Silva Monteiro, 39, que lutava desde 2011 contra um câncer na tireoide. Há dezesseis anos integrando o quadro da Polícia Militar do Ceará, o policial aguardava da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) o fornecimento de medicamento destinado ao tratamento da doença. O fornecimento do medicamento, de nome CAPRELSA, foi suspenso pela Sesa em julho de 2013.
Primeiramente Monteiro procurou a Procuradoria da Saúde. Ele ganhou na Justiça que o Governo pagasse a medicação, com multa diária de R$ 5 mil por dia caso não cumprisse. O dinheiro não foi pago até hoje, sob alegação de que não havia verba.
Então, o policial e familiares procuraram o Ministério Público (MP), que impetrou mandado de segurança coletivo, em sede de liminar, determinando o fornecimento da medicação pela Sesa, sob pena de multa e responsabilização criminal e administrativa. A decisão foi publicada no Diário da Justiça em 13 de Dezembro de 2013.
No último dia 19 de fevereiro, o secretário de Saúde, Ciro Gomes, foi intimado por oficial de justiça para que desse cumprimento à liminar. No dia 24 de fevereiro, a assessoria de imprensa da Sesa informou ao O POVO Online que o medicamento havia sido comprado. "O fornecedor, em São Paulo, informou que, por se tratar de um medicamento especial, de alto custo, fará a liberação em sete dias. Para que esse prazo seja cumprido, a Secretaria da Saúde definiu a entrega por transporte aéreo", dizia a nota.
"Ele morreu mais cedo por não ter o remédio" disse ao O POVO Online o pai do policial, Abelardo Monteiro. Devastado com a morte do filho, ele desabafa: "Estou revoltado com esse Governo".
Agildo foi diagnosticado com carcinoma medular de tireóide, tumor mais agressivo responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da tireoide. Passou por quatro cirurgias. O soldado morreu sem receber o medicamento garantido pela justiça.
O POVO Online entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sesa que disse que ''não encontrou o técnico da coordenadoria da assistência farmacêutica responsável para informar o que aconteceu para o medicamento não ser entregue à família''.
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