Fernando Collor de Melo foi eleito por votação popular durante as eleições de 1989, as primeiras eleições diretas para presidente desde a ditadura civil-militar instaurada em 1964. Na época, ele derrotou candidatos à presidência do País como Leonel Brizola, Mário Covas, Ulisses Guimarães e Luis Inácio Lula da Silva. Collor lançou sua jornada rumo à presidência no Partido da Reconstrução Nacional, o PRN. A sigla tinha pouca relevância frente a outras que estavam se estabilizando no período e que hoje são amplamente conhecidas, como o PT, o PMDB e o PSDB.
Fernando Collor assumiu o mandato em 15 de março de 1990 com o compromisso de inaugurar uma nova ordem política brasileira. Em sua campanha política, um dos principais slogans era a “caça aos marajás”. A caça aos que tinham privilégios nos órgãos públicos concedidos por alianças políticas. Curiosamente, seu governo foi marcado por denúncias como as que prometeu combater.
O POVO na História:
Acervo O POVO
Matéria publicada no O POVO em 21 de maio de 1992
Tudo começou em maio de 1992, quando o irmão do presidente Collor, Pedro Collor, acusou o então presidente da República e seu tesoureiro de campanha, PC Farias, de manterem uma sociedade fraudulenta que escondia a identidade dos que contratavam os seus serviços, essa acusação foi publicada em matéria no caderno Nacional do O POVO no dia 21 de maio de 1992.
No mês seguinte, o Congresso Nacional instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a acusação de negociações ilícitas. A partir daí, iniciou-se uma mobilização contra a corrupção no Brasil com o movimento dos caras-pintadas. Eles eram, em sua grande maioria, jovens brasileiros que iam às ruas com os rostos pintados de preto ou de verde e amarelo, essas manifestações resultaram na aceitação do pedido de impeachment pela Câmara dos Deputados, em setembro de 1992.
Sem saída, o presidente esgotou os pedidos de medidas judiciais ao seu favor e renunciou ao seu mandato, de acordo com a capa no Jornal O POVO do dia 29 de dezembro de 1992. Mesmo com sua renúncia, o processo seguiu seu curso no Senado Federal e o ex-presidente teve suspensão de seus direitos políticos por 8 anos. O vice, Itamar Franco assumiu a presidência até 1994.