Equilíbrio, fortalecimento muscular, flexibilidade e diminuição de estresse estão entre os benefícios que podem ser alcançados por meio da prática do pilates. Criado pelo alemão chamado Joseph Pilates, em meados de 1920, o pilates é um conjunto de exercícios realizados no solo ou em equipamentos específicos.

De acordo com Yuri Freitas, profissional de educação física, proprietário e professor do estúdio Artha Pilates, a partir da prática do exercício com frequência de duas ou três vezes por semana, alunos de diferentes idades podem sentir os benefícios. “Tenho alunos de 86 anos, as aulas vão ficando um pouco mais intensas de acordo com o controle do aluno”, explica.

Confira alguns dos principais benefícios do pilates e entenda o que o corpo ganha com isso.

Ganho de flexibilidade
De acordo com Freitas, grande parte dos exercícios do pilates envolvem alongamentos que, com a prática, vão proporcionando ganho de flexibilidade e mobilidade das articulações. “Com isso, você tem um movimento mais amplo. Quando o corpo é ‘travado’, dificulta essa mobilidade”, explica. Segundo o profissional, a mobilidade da coluna vertebral está relacionada a todos os movimentos que fazemos no dia a dia, logo esse ganho de flexibilidade é benéfico para atividades diárias e até, por exemplo, para o desempenho de um atleta. “Melhora a mobilidade articular e a execução do movimento.”

Ganho de força muscular
Uma das principais diferenças entre as atividades do pilates e da musculação convencional é que os exercícios do pilates trabalham com o peso e a resistência do próprio corpo, além da resistência das molas nos equipamento. Embora não trabalhe a hipertrofia como a musculação, o ganho de força muscular acontece efetivamente. “O pilates trabalha a musculatura profunda, que dá o fortalecimento e a sustentação da coluna, o chamado centro de força, a região do abdômen, a musculatura do assoalho pélvico. Busca-se esse fortalecimento para alcançar uma postura melhor e, consequentemente, evitar compressões”, explica Freitas.

Outra diferença em relação à musculação, conforme destaca, é a questão da confiança corporal. “É um movimento consciente, não é uma execução mecânica. O aluno faz o movimento associado à respiração. Isso melhora seu poder de concentração, é preciso estar pensando no que o corpo está fazendo. Eu vou mexer o braço, mas todo o corpo tem que estar conectado e com uma postura correta.”

Diminuição do estresse e ansiedade
Além da sensação de bem-estar da atividade física em si, o pilates também proporciona a diminuição do estresse e de sensações de ansiedade. O controle da respiração e os alongamentos estão diretamente ligados a esse benefício. “Com o alongamento e os exercícios respiratórios, você vai aliviando essas tensões, além dos exercícios de soltura, dando uma mobilidade que vai aliviando esse estresse do músculo”, aponta o profissional.

(Foto: Shutterstock/Helder Almeida)

Coordenação e equilíbrio
Com o fortalecimento da musculatura e a prática de um movimento consciente, a modalidade é capaz de proporcionar uma melhora significativa na coordenação e no equilíbrio do praticante. O próprio criador do esporte, Joseph Pilates, é exemplo disso. Diagnosticado com raquitismo, asma e febre reumática na infância, o alemão estudou anatomia, fisiologia humana e fundamentos da medicina oriental para desenvolver o conjunto de exercícios. Com a prática, ainda jovem, chegou a se tornar ginasta e mergulhador.

“Já tive alguns alunos com quadro de AVC (Acidente Vascular Cerebral), outros que sofreram acidentes, e reabilitamos seus movimentos através dos exercícios. Com a questão de força, flexibilidade e mobilidade nas articulações, observamos que o movimento vai saindo bem mais perfeito”, conta Freitas.

Melhora do padrão respiratório
Além de trabalhar exercícios especificamente respiratórios, o pilates exige que o aluno associe os movimentos à respiração. “A própria respiração vai ajudar a controlar a postura. Trabalhamos alguns exercícios para despertar essa questão. Durante o movimento, tentamos manter isso. Procuramos dar expansividade à caixa torácica, ativando bem o abdômen”, destaca o professor.