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Poeira, frutos do mar, leite, ovos, látex e muitas outras substâncias são grandes causadoras de alergias no Brasil e no mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), 35% da população brasileira tem algum tipo de reação alérgica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que metade da população do mundo sofrerá alguma alergia até o fim do século.
Lorena Viana (CRM 6409), alergista do Centro de Pneumologia do Ceará, explica que alergia é uma patologia em que ocorre uma defesa exagerada do organismo, uma hipersensibilidade a determinada substância. “É uma predisposição genética, e de acordo com os fatores ambientais, exposição a determinado medicamento, ou substâncias que se inala ou ingere, sensibiliza o corpo no decorrer do tempo”, destaca.
Para a profissional, a vida contemporânea, com muito mais produtos industrializados, a industrialização em geral, e a globalização, que proporciona contato com produtos de todos os locais do mundo, acabam por aumentar a exposição a mais conservantes e corantes. Isso poderia ser alguns dos motivos pelo qual o número de alérgicos cresce no Brasil.
Fabiane Pomiecinski (CRM 10225), presidente da Asbai acrescenta que há a ideia de que muita higiene contribui para alergia. “Antigamente, as crianças brincavam na terra, corriam nas ruas. Há estudos mostrando que crianças que vivem em ambiente rural têm menos alergia, porque brincam com animais, estão em contato com o chão de terra e vivem, geralmente, em famílias de muitos irmãos, quando um adoece transmite para o outro. Por isso, acabam desenvolvendo mais anticorpos.”
A presidente da Asbai explica que parto cesárea, prática em que o Brasil detém o título de recordista no mundo, também contribui para a criança desenvolva mais alergia durante o crescimento. Para prevenir, a profissional indica amamentar o bebê o máximo possível, não fumar, tomar vitamina D e ácidos gástricos, probióticos e priorizar o parto normal. Em Fortaleza, o clima e alimentação também são propícios para algumas alergias respiratórias, como a rinite e asma.
“Nosso clima, quente e úmido, é a temperatura perfeita para proliferação dos ácaros. Tantos o ácaros como bolores são as responsáveis por desencadear crises e manter rinite. Este clima é prefeito para que os ácaros reproduzam em colchões, travesseiros, tapetes, cortinas. Para prevenir, o ideal é ter o quarto arejado, iluminado, fazer limpeza diária com pano úmido e utilizar capas antiácaros”, explica Lorena.
Dessensibilização como tratamento
Um dos tratamentos disponíveis no mercado para tratar alguns tipos de alergia, principalmente as alimentares, é a dessensibilização. O método consiste na exposição do paciente ao próprio alimento em quantidades mínimas, sob orientação do médico, até que a organismo tolere. Uma vez por semana o paciente vai ao consultório médico e aumenta a dose do alimento. A dose que é oferecida no laboratório deve ser consumida em casa pelo paciente com intervalos de uma hora, até que chegue a outra semana, com uma nova visita ao médico, em que a dose é aumentada.
“A gente não usa o termo cura porque depois o paciente precisa continuar comendo o alimento para manter o tratamento. Se ele ficar muito tempo sem ingerir a substância, a alergia pode voltar”, explica Fabiane Pomiecinski.
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