O comércio cearense lidera o corte de empregos nos sete primeiros meses deste ano com 10.551 vagas a menos. A perda é mais forte em 2016, do que nos últimos 12 meses, encerrados em julho último, quando foram fechados 5.773 postos de trabalho.
Segundo o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes, que fez análise sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), esse resultado contrasta com a abertura líquida de 9.845 vagas no mesmo período do ano passado. Acrescenta que o fechamento de 5.773 vagas no Ceará correspondeu a uma retração de 2,6% no número de trabalhadores formais no varejo do Estado nos últimos 12 meses. “Esse foi o segundo menor recuo no Nordeste”, comenta, lembrando que no Piauí a queda foi de 1,7%. O economista ressalta que as médias nacional (-3,1%) e do Nordeste (-3,2%) foram as mais negativas. “Em termos absolutos foram fechados 43,4 mil vagas no Nordeste, -49.882 no Ceará e 236,4 no Brasil”. Bentes destaca que o salário de admissão encolheu 10% nos últimos 12 meses, passando a valer R$ 992,27 em julho último.
Razões
O coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, diz que as mais de quatro mil vagas a menos deste ano, na comparação com 2015, refletem o agravamento da crise econômica este ano. “Os resultados até julho são piores por causa do cenário desfavorável com inflação, aumento das taxa de desemprego, endividamento e medo de perder o emprego e de consumir”, avalia.
O diretor Técnico do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio-CE), Alex Araújo, explica que o Ceará vem sofrendo mais que o Brasil por causa da dependência do consumo local. Considera ainda que a combinação inflação em alta, endividamento persistente e o ambiente de recessão afeta o nível de confiança do consumidor e traz o medo de perder o emprego e a retração de consumo.
De acordo com Alex, o comércio vinha retardando os cortes de postos de trabalho mas a partir de janeiro não teve mais como segurar as demissões. Explica ainda que para uma empresa de comércio o principal investimento é o capital de giro, por isso o empresário desse setor começa ajustando o crédito, depois regula o estoque e, por último, a demissão. “É uma medida necessária para manter a própria atividade”, afirma, salientando que o emprego está muito próximo do ajuste de estrutura do custo.
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