NEM ACESSO A CRÉDITO 23/07/2016

Mais de 1,7 mi não têm conta em banco no CE

O POVO cruzou dados do Cadastro de Cliente do Sistema Financeiro Nacional, do Banco Central e do IBGE
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Irna Cavalcante irnacavalcante@opovo.com.br
MATEUS DANTAS/ESPECIAL PARA O POVO
O ambulante Rodrigo Medeiros nunca teve conta no banco


Alecssandro Souza da Silva, de 49 anos, ganha a vida vendendo lanches como ambulante pelas ruas de Fortaleza. Em meses bons consegue tirar “em torno de R$ 1.300 por mês”. E é com este dinheiro que ele garante as despesas do mês. Mas nenhuma transação passa por um banco.

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Ele é um dos 1,7 milhão de cearenses acima de 15 anos que não têm vínculo bancário. O número, que representa 24,97% da população cearense, nesta faixa etária, foi obtido pelo O POVO a partir do cruzamento dos dados do Cadastro de Cliente do Sistema Financeiro Nacional (CCS), do Banco Central (BC), com os da população fornecida pelo IBGE.


De acordo com último relatório de inclusão financeira do BC, 84,5% da população adulta brasileira tinha algum relacionamento bancário em 2014. No Nordeste, este percentual é de 75,59% e no Ceará é de 75,03%.


“Estes números refletem as diferenças que persistem em relação ao Sul e ao Sudeste. As regiões menos desenvolvidas são as que concentram maior número de pessoas com menor renda, baixa escolaridade, menos acesso aos serviços básicos e consequentemente ao sistema financeiro”, explica o analista de políticas públicas do Ipece, Paulo Pontes.


Estes números, no entanto, já foram bem piores. Em 2005, o índice de bancarização no País era de 60,8%. E, de 2010 a 2014, o crescimento foi de dez pontos percentuais, segundo estudo do BC.


O professor Carlos Eduardo Marino, pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza da Universidade Federal do Ceará (LEP/UFC), explica que a expansão dos pontos de atendimento no País, sobretudo dos correspondentes bancários, e as novas tecnologias deram uma importante contribuição para este avanço. Mas o contingente de pessoas que está fora do sistema ainda é muito preocupante.


“Uma das preocupações do Governo Federal deveria ser incrementar o índice de acesso da população. O não acesso da população ao sistema bancário significa restrição ao crédito das pessoas. Ainda temos contingente expressivo da população que está abaixo da linha da pobreza, sujeita a necessidades e que se tivessem acesso a este crédito, associado a uma política de subsídio, conseguiriam dar um maior dinamismo para economia”.

 

> TAGS: economia
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