[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Enquete perigosa | Coluna Ombudsman | O POVO Online
Ombudsman 20/05/2012

Enquete perigosa

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“A imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica. E deixar cicatrizes no cérebro.” Noam Chomsky, filósofo

 

De que serve uma enquete onde o resultado pode ser manipulado? Este é o questionamento que uma leitora fez ao ombudsman diante da enquete do O POVO Online que perguntou aos internautas “Quem deve ser o prefeito de Fortaleza em 2013?” A leitora, que prefere não ser identificada, criticou o uso dos dados ali obtidos como matéria jornalística. “Não serve nem como utilidade pública”. O Editor de Conteúdo Digital do Portal, Michel Victor, ressalta que o levantamento não tem caráter científico. “No texto (de apresentação), deixamos claro que o internauta poderá registrar seu voto quantas vezes quiser”, relembrou.


De fato há essa menção. A sondagem não é para ser levada a sério. O problema abordado, entretanto é grave diante da facilidade de manipulação. Isso a leitora provou através de vídeo postado no Youtube (“Enquete do Jornal O Povo permite manipulação”). E é mais grave ainda pelo fato do Portal usar os dados em matérias, com fotos e chamadas na capa analisando os números. Isso atrai a atenção do marketing dos candidatos, uma turma que faz tudo para divulgar assessorado. Ficará pior se essa enquete for usada no jornal, aumentando a repercussão. Se a enquete não é confiável como o próprio Portal avisa, o melhor mesmo é deixar a ferramenta para assuntos mais amenos que a sucessão municipal. E evitar matérias de análises sobre números falsos.


VINCULAÇÃO PRECIPITADA

Durante toda a semana que antecedeu ao clássico Ceará x Fortaleza, que decidiu o Campeonato Cearense de Futebol, a preocupação da imprensa ficou com a segurança dos torcedores nas ruas próximas ao PV. Havia o receio de confrontos. O POVO deu grande espaço para a discussão do tema, cobrando soluções e orientando o leitor. Exagerou na edição de sábado (12) ao manchetar -”Manobras e baixarias às vésperas do Clássico-Rei” – destacando as tradicionais bravatas de bastidores entre dirigentes. Internamente não se viu baixaria que justificasse manchete. Apesar disso, a cobertura de antes do jogo foi a melhor.

 

O problema veio no durante e pós-jogo. O primeiro deles é a vinculação no título da manchete da editoria Radar, do assassinato de um traficante com a decisão - “Drogas]Torcedor do Ceará é morto a caminho do jogo”. O morto era realmente torcedor e se dirigia para o PV, porém o fato não tem relação com briga de torcidas ou com futebol como o título passa. É uma desavença com outro traficante. “É uma vinculação gratuita que só afeta a imagem do futebol”, criticou o leitor Carlos Martins. Tem razão.


COBERTURA ATRASADA

Se houve excesso de um lado, onde houve realmente violência, o jornal silenciou. A cobertura de Esportes focou só o futebol, esquecendo problemas da cidade e que também estariam em xeque. Do caderno de 16 páginas, 13 foram sobre o clássico. E destas, apenas 11 linhas citaram uma aparente “tranquilidade”. Ora, houve confrontos nos terminais antes e após o jogo, pânico, carros apedrejados, arrastões e o jornal não deu nada. Ninguém foi pautado para avaliar a segurança tão questionada pelo próprio jornal.

 

Segundo a editora executiva do Núcleo de Cotidiano, Tânia Alves, “por ser dia de decisão, a informação de que o rapaz assassinado iria para o jogo era relevante”. Realmente. Isso se houvesse relação com a partida, o que a apuração constatou não haver. Logo, o fato de a vítima ser traficante e por isso assassinada ganhou importância. Sobre a cobertura, ela relembrou que na “terça-feira foram publicadas matérias”. Verdade. Bem atrasado para um fato ocorrido domingo.


DEFINIR PADRÃO

O aproveitamento dos comentários do O POVO Online no jornal é um processo que já tem mais de um ano. Mesmo assim continua gerando polêmica. O leitor João Ricardo considera contraditórias exigências. “Quando escrevo para Opinião/Fala Cidadão, tenho que me identificar como pede o jornal. Mas quando vai reproduzir essas cartas, o jornal publica com um nome qualquer ou apelido”. E citou exemplo de comentários assinado por Cumbia, Zé Bob etc. A editoria garante que os comentários passam por processo de identificação feito através de cadastro. Já os anônimos são moderados por critérios próprios. A meu ver o jornal deveria definir padrão. Ou libera registros para qualquer comentário, moderando excessos, ou só publica se houver identificação. Há muitas opiniões com segundas intenções, inclusive, eleitoreiras.

 

ESQUECIDO PELA MÍDIA

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FOMOS BEM


JUSTIÇA

Matéria investigativa revelou desorganização na Justiça Estadual

 

FOMOS MAL


SEM COBERTURA

Silêncio total durante a semana sobre as obras do Acquário Ceará paralisadas há 40 dias

 

Paulo Rogério
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espaço do leitor
Paulo Roberto 21/05/2012 11:05
Obrigado.Não sei se foi pelo meu alerta.Há duas semanas,por vários e-mails,citava a falha técnica do on-line.
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Paulo Roberto 20/05/2012 10:30
Caro Ombudsman,na coluna on-line,seu espaço não está abrindo,não há link para o mesmo,isto há já duas semanas.Solicito correção. Obrigado Ismael Luiz
Este comentário é inapropriado?Denuncie
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Comentários
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As informações são de responsabilidade do autor:

Ombudsman Atual

Tânia Alves é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). Trabalha no O POVO há 26 anos. Em 2015, ocupará o cargo de ombudsman após oito anos como editora-executiva do Núcleo de Cotidiano, que engloba as editorias Cotidiano, Esportes e Ciência & Saúde.

Tânia Alves
Ombudsman do jornal O POVO

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