Questionado por Eunício sobre corrupção, Ailton retruca: "Eu que lhe perguntaria"
24/08/2014 | 18:49
Segundo candidato a ficar no centro do debate na TV O POVO, Ailton Lopes (Psol) foi questionado pela produção sobre suas propostas para a segurança pública, que incluem desmilitarização da Polícia, legalização das drogas e direito de greve de policiais, mas que estão fora da alçada de um governador. O candidato reforçou que o tema é complexo e não comporta soluções simples. Disse ainda que o modelo de ampliar o efetivo policial, adotado por Cid, também não funcionou.
Eliane Novais (PSB) perguntou sobre o Parque do Cocó e a ação governamental que retirou manifestantes que queriam proteger a área de preservação. Ailton considerou que “não caiu a ficha” para muitos da relevância da área ambiental, criticou o “desfile de carros sobre o parque” que se pretende com a ponte estaiada prevista para o local. Ele considerou que se recorre a soluções do século XVIII e século XIX e cobrou investimento em transporte público. Na réplica, Eliane apontou que “governo não protege o parque e bate naqueles que querem proteger”.
Eunício Oliveira (PMDB) perguntou a Ailton sobre o que fará no combate à corrupção. “Eu que lhe perguntaria”, retrucou Ailton, criticando o “ajuntamento de partidos” nas alianças eleitorais. E apontou que o candidato “até há bem pouco tempo defendia o governo de Cid Gomes” e recentemente passou a fazer oposição. Na réplica, Eunício destacou que, como senador, atuou na reforma do Código Penal, no projeto que transformou em hediondo o crime de corrupção e foi relator da proposta que amplia a lei da Ficha Limpa não só para candidatos, mas para todos que ocupam cargos nos governos. Ailton, na tréplica, disse que as campanhas tão caras são igualmente hediondas. Ele apontou que o peemedebista recebe doações de construtora e citou estudo pelo qual cada real de financiamento eleitoral de empreiteiras se reverte em oito reais de volta em contratos de licitação. Ele apontou que essa também é uma forma de corrupção.
Camilo Santana (PT) perguntou sobre segurança alimentar. Ailton ressalta que é preciso ampliar essa ideia. “Não basta ter o que comer, mas que tenha qualidade”. E retomou o tema dos agrotóxicos, destacado no bloco anterior. “Não adianta ter alimento que chegue com veneno”.