O Grupo de Comunicação O POVO abriu, neste domingo, 24, a temporada de debates entre os candidatos ao Governo do Estado da televisão cearense. Eunício Oliveira (PMDB), Camilo Santana (PT), Eliane Novais (PSB) e Ailton Lopes (PSol) foram sabatinados pelos adversários no centro do cenário, cada um em um bloco, em ordem de distribuição que foi definida através de sorteio no começo do programa. O modelo privilegiou o debate direto entre os candidatos e foi bastante elogiado por internautas nas redes sociais. Entenda o formato do debate.
A sabatina teve transmissão simultânea da TV O POVO, a rádio O POVO/CBN e o portal O POVO Online, com o tempo real de tudo o que rolou no debate. A edição impressa da segunda-feira do O POVO terá cobertura especial do evento, com bastidores, repercussões e análises da performance dos candidatos.
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Camilo Santana
O primeiro sabatinado foi o candidato do PT, Camilo Santana. Ele respondeu a pergunta da produção sobre o que fará de diferente do que Cid Gomes (Pros) fez nos últimos oito anos para a saúde deixar de ser a área mais mal avaliada, conforme a pesquisa do Datafolha. O candidato ressaltou as ações da atual administração destacou a necessidade de melhorar o atendimento à população e afirmou que a saída será parceria com municípios e o Governo Federal.
O primeiro candidato a questionar Camilo foi Ailton Lopes (Psol), que indagou: "Como é para você ser o candidato do agronegócio?" O petista destacou que foi secretário do Desenvolvimento Agrário, pasta voltada para a agricultura familiar. E ressaltou a importância da atividade agrícola para a geração de emprego e renda. Na réplica, Ailton criticou o uso de agrotóxicos na produção e citou caso de agricultores que sofrem com o problema. "Esse é o tipo de emprego insalubre que tem sido gerado pelo seu governo". Na tréplica, Camilo prometeu que 30% da merenda escolar será originária da agricultura familiar.
Eliane Novais (PSB) perguntou acerca de comentários feitos por petistas nas redes sociais que compararam Marina Silva (PSB), agora candidata do PSB a presidente, a "vampira", por crescer na morte de Eduardo Campos (PSB). O candidato petista destacou seu respeito a Campos e afirmou que nem sabia desse tipo de comentário, do qual disse discordar.
Terceiro a perguntar, Eunício Oliveira (PMDB) questionou Camilo sobre o "grande fracasso" em acabar com os lixões na época em que o petista era secretário das Cidades - e cujo prazo previsto e não cumprido era 2014. Na pergunta, Eunício ainda fez menção a "casas sem banheiro". Camilo destacou que a responsabilidade era do Estado e enfatizou o apoio dado aos municípios. Eunício retrucou que a coordenação seria do Estado. Camilo, porém, apontou que o problema não vem dos últimos quatro anos, é antigo, e ressaltou que o Ceará foi o Estado do Nordeste que mais avançou nesse sentido.
Ailton Lopes
No bloco seguinte, Ailton Lopes (Psol) foi o candidato no centro do debate. Ele foi questionado pela produção sobre suas propostas para a segurança pública, que incluem desmilitarização da Polícia, legalização das drogas e direito de greve de policiais, mas que estão fora da alçada de um governador. O candidato reforçou que o tema é complexo e não comporta soluções simples. Disse ainda que o modelo de ampliar o efetivo policial, adotado por Cid, também não funcionou.
Eliane Novais (PSB) perguntou sobre o Parque do Cocó e a ação governamental que retirou manifestantes que queriam proteger a área de preservação. Ailton considerou que “não caiu a ficha” para muitos da relevância da área ambiental, criticou o “desfile de carros sobre o parque” que se pretende com a ponte estaiada prevista para o local. Ele considerou que se recorre a soluções do século XVIII e século XIX e cobrou investimento em transporte público. Na réplica, Eliane apontou que “governo não protege o parque e bate naqueles que querem proteger”.
Eunício Oliveira (PMDB) perguntou a Ailton sobre o que fará no combate à corrupção. “Eu que lhe perguntaria”, retrucou Ailton, criticando o “ajuntamento de partidos” nas alianças eleitorais. E apontou que o candidato “até há bem pouco tempo defendia o governo de Cid Gomes” e recentemente passou a fazer oposição. Na réplica, Eunício destacou que, como senador, atuou na reforma do Código Penal, no projeto que transformou em hediondo o crime de corrupção e foi relator da proposta que amplia a lei da Ficha Limpa não só para candidatos, mas para todos que ocupam cargos nos governos. Ailton, na tréplica, disse que as campanhas tão caras são igualmente hediondas. Ele apontou que o peemedebista recebe doações de construtora e citou estudo pelo qual cada real de financiamento eleitoral de empreiteiras se reverte em oito reais de volta em contratos de licitação. Ele apontou que essa também é uma forma de corrupção.
Camilo Santana (PT) perguntou sobre segurança alimentar. Ailton ressalta que é preciso ampliar essa ideia. “Não basta ter o que comer, mas que tenha qualidade”. E retomou o tema dos agrotóxicos, destacado no bloco anterior. “Não adianta ter alimento que chegue com veneno”.
Eliane Novais
Terceira candidata a ficar no centro do debate, Eliane Novais (PSB) foi questionada pela produção se sua proposta de implantar no Ceará o “Pacto pela Vida” de Pernambuco não é o que o governo Cid Gomes (Pros) já está fazendo. Ela negou e disse que Cid se limitou a trazer o ex-secretário da Segurança de Eduardo Campos no Estado vizinho, Servilho Paiva, mas não seguiu os princípios do programa, que ela considera de muito sucesso.
O primeiro a questioná-la foi Eunício Oliveira (PMDB), que indagou sobre recursos hídricos e seca. Eliane destacou que as prioridades do governo Cid estão invertidas e que o governo não ouve a população. “Chega de obras faraônicas”.
Camilo Santana (PT) a indagou sobre o plano para geração de empregos. Ela mencionou o programa batizado de Primeira Empresa, que teria meta de estimular o empreendedorismo entre a juventude.
Ailton Lopes (Psol) perguntou a Eliane Novais sobre o porquê de seu partido ter aceitado apoiar a “oligarquia” dos Ferreira Gomes no primeiro governo. “O convite não foi feito por nós”, respondeu ela, destacando que a divergência entre eles “já é muito antiga”. E disse que o convite aos “oligarcas” foi feito pela direção nacional para tentar alcançar a cláusula de barreira, que preocupava os médios partidos na época. Eliane disse que foi feito acordo para convivência interna. “Nem sequer pacto de convivência eles respeitaram”.
Eunício Oliveira
Último candidato a ir para o centro do debate, Eunício Oliveira (PMDB) respondeu à pergunta da produção sobre suas críticas de repensar a gestão dos recursos hídricos, enquanto manteve nos últimos sete anos e meio o secretário dessa área. O peemedebista disse que, apesar da indicação do secretário, “nunca houve convite do governo para se fazer diálogo”. Disse ainda que, caso o PMDB fosse consultado sobre quais seriam as prioridades, “certamente a situação dos recursos hídricos não estaria como hoje”.
A questão voltou na pergunta de Ailton Lopes (Psol), segundo candidato a questionar o peemedebista, que indagou sobre o porque de o PMDB não ter tirado os secretários da gestão antes dos sete anos e meio, só o fazendo quando Eunício se lançou ao Governo do Estado. “No primeiro Governo do governador Cid Gomes havia diálogo”, admitiu o peemedebista. Ele lembrou como exemplo disse o governo itinerante, que levava a gestão estadual para municípios do Interior. Isso, segundo ele, mudou no segundo governo. Ele afirmou que o então secretário dos recursos hídricos, Cesar Pinheiro, indicado por ele, ficava sete a oito meses “sem ter um diálogo com o governador em pleno ano de seca”. Ele destacou ainda que “a única obra hídrica sendo construída no Estado hoje é um aquário”.
Camilo Santana (PT) indagou o peemedebista sobre o que fazer para reduzir a poluição ambiental provocada pelos automóveis. Eunício destacou a importância do transporte coletivo, citou que o metrô está há dois anos em atuação experimental e afirmou que o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) está parado. Camilo enfatizou sua proposta de Bilhete Único para a Região Metropolitana de Fortaleza. Eunício disse, por sua vez, que implantará a meia passagem no transporte intermunicipal.
Eliane Novais (PSB) indagou sobre denúncia de que Eunício estaria tirando água do Lago Paranoá para regar os jardins de sua casa, em Brasília. O peemedebista negou e disse que isso ocorreria na casa vizinha, de outro proprietário. E que o que fez, na verdade, foi preservar uma fonte de água que lá existe.
Redação O POVO Online
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