O POVO


Mortes em penitenciárias

Lewandowski determina apuração sobre crise no sistema prisional no Ceará

25/05/2016 | 14:01

Atualizado às 14h21min 
 
O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que seja realizada uma busca de informações sobre o sistema penitenciário do Ceará, junto ao ao Judiciário e ao Governo do Estado do Ceará. O ministro quer averiguar a situação atual e o andamento do processo que o Governo está dando para o caso. As informações são do portal G1.
 
O pedido foi feito ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Execução de Medidas Socioeducativas (DMF). O CNJ pretende organizar uma estratégia mais abrangente, "se for o caso". Para o conselho, os atos registrados no último fim de semana em presidios da Região Metropolitana são "graves episódios".
 
A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) informou que 18 internos morreramdurante as rebeliões desde o último sábado, 21. Conforme a Secretaria da Justiça e Cidadania (CNJ), as mortes ocorreram mediante conflitos entre os próprios presos. Foram identificados oito corpos e outros 10 ainda serão submetidos a exames de DNA.  
 
Responsabilidade
 
governador Camilo Santana (PT) afirmou, em coletiva realizada nesta terça-feira, 24, que será apurada de forma administrativa e criminal a greve dos agentes penitenciários que terminou com rebeliões. A declaração foi feita após a solenidade de promoção de 57 policiais militares e bombeiros do Estado do Ceará, no Palácio da Abolição.
 
Representantes do Governo já haviam atribuído a responsabilidade das mortes aos agentes penitenciários. "Essas mortes, é bom esclarecer, aconteceram na medida em que os agentes penitenciários, num primeiro momento, não impediram a entrada da Polícia Militar ao presídio", disse o chefe de Gabinete do Governo, Élcio Batista. No último sábado, o secretário de Justiça, Hélio Leitão, culpabilizou os servidores públicos pelas rebeliões após o encerramento da greve dos agentes. 
 
O presidente do Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Ceará, Valdemiro Barbosa, lamentou a postura do Governo e afirmou que o Estado sabia que as cadeias da Região Metropolitana "já estavam quebradas".
Redação O POVO Online