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DRAGÃO DO MAR 06/12/2016

Trajetória múltipla e sonora

Comemorando os 25 anos, grupo Expressões Humanas retoma temporada do espetáculo Orlando, baseado na obra de Virgínia Woolf
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Paulo Renato Abreu paulorenatoabreu@opovo.com.br
DIVULGAÇÃO
Espetáculo terá narrativa costurada por música ao vivo


Para a diretora teatral Herê Aquino, que há 25 anos está à frente do Expressões Humanas, a fonte para pensar a arte teatral é inesgotável. “Tudo que fala ao humano nos interessa enquanto grupo de teatro. Interessa-nos olhar o mundo, a sociedade, a cidade e esse homem contemporâneo que transversalmente emerge de sua história”, defende. O grupo inicia hoje temporada no teatro do Centro Dragão do Mar. Em cena, o espetáculo Orlando, dramaturgia adaptada da obra homônima de Virgínia Woolf (1882 - 1941). A trama acompanha um ser imortal que, ao longo de quatro séculos, vive a experiência de ser homem e mulher sem perder a consciência de sua identidade.


“Orlando fala sobre multiplicidade. Somos seres múltiplos e estão sempre nos querendo pôr em caixinhas. Orlando não cabe em caixinha alguma”, traça o ator Murillo Ramos, que divide o palco com as atrizes Marina Brito e Juliana Veras.

 

“Orlando não é só atual, é atemporal. Fala de um ser à frente do seu tempo, que não consegue se enquadrar em local algum porque se sabe muitos e todos eles são diferentes”, elabora o artista, destacando a perenidade da obra publicada 1928.


A montagem, que tem adaptação assinada por Herê em parceria com o dramaturgo Rafael Barbosa, estreou em 2013 e, após algumas temporadas de repercussão na Capital, volta aos palcos com o mesmo elenco e novas questões.

 

“Orlando foi um espetáculo desafiador. E como tudo aquilo que na vida nos desafia, se torna potente porque nos causou transformações. E um ator comprometido com seu trabalho quer viver sempre essa tempestade de emoções e dificuldades que a criação lhe proporciona. Orlando foi um processo que não nos deu sossego”, pondera Marina. Antes da peça estrear, foram dois anos de pesquisa, que, de 2013 para cá, seguiu viva.


Com proposta narrativa fantástica e poética, o espetáculo é costurado por canções ao vivo e tem direção musical de Juliana Veras. “Virginia Woolf é muito sensorial em sua escrita. As imagens que ela propõe trazem sentimentos, indignações ao leitor, e vimos que essa dinâmica exigiria uma presença maior da linguagem musical”, destaca Juliana. Para a artista, o maior desafio foi dar conta da longa trajetória do personagem por meio do som. “Fazer referência a tantos séculos e culturas não é fácil. Mas no processo vimos que essa referência seria simbólica, pois a música pretenderia dialogar com os sentimentos do personagem, não com a cronologia de suas ações”.


Herê aponta a importância de manter em pauta a discussão de gênero e identidade por meio de uma obra como Orlando. “Infelizmente essa discussão se tornou crucial diante de uma conjuntura política alicerçada no ódio e em sectarismos doentios”, pondera a diretora.


25 anos de conquistas

A temporada da obra integra as comemorações dos 25 anos do grupo, que soma 18 espetáculos, além de inúmeros prêmios locais, regionais e nacionais. “Muitos foram os desafios, não só em relação à construção do nosso fazer artístico, mas também em relação a luta diária e constante dos artistas que optaram pelo teatro de pesquisa construído a partir do teatro de grupo”, aponta Herê. Em Janeiro de 2017 o grupo lançará o seu primeiro livro além de seguir em processo com pesquisa para a próxima montagem, que discutirá sobre terra e territorialização dos povos indígenas.

 

Serviço

Espetáculo Orlando

Quando: hoje, 13 e 20 de dezembro, sempre às 19 horas

Onde: Teatro do Centro Dragão do Mar (Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)

Quanto: R$ 30 (inteira)

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