No dia 15 de março de 1998, o Brasil perdeu uma de suas maiores vozes e o protagonista de histórias hilárias. Sebastião Rodrigues Maia, carioca da Tijuca que ficou conhecido pelo apelido de Tim, é ainda hoje o grande nome da black music nacional, responsável por sucessos como Gostava Tanto de Você, Primavera e Não Quero Dinheiro. É para relembrar esse repertório que o cearense Ricardo Maia subirá hoje ao palco do Iate Clube, numa noite que conta ainda com a banda Caribbean Kings, comemorando 17 anos, e com o tenor Franklin Dantas, interpretando hits de Frank Sinatra.
A história de Ricardo Maia se cruzou com a do compositor de Azul da Cor do Mar de uma forma inusitada. O cearense já foi empresário, produtor, trabalhou em campanha eleitoral, foi assessor e presidente de órgão público. Até que, há cerca de 20 anos, um incômodo no rosto se transformou em um caroço, que foi crescendo e virando uma grande preocupação: seu rosto estava ficando deformado. Ele ganhou peso e achou que não teria muito tempo de vida pela frente.
Para se despedir dos amigos, Ricardo resolveu fazer uma grande festa no Oásis (antiga casa de shows na avenida Santos Dumont), usando como desculpa a necessidade de comprar uma prótese para o rosto que custaria, na época, R$ 11 mil. Acostumado a cantar muito informalmente para os amigos, ele mesmo subiria ao palco junto com a orquestra Os Brasas. No repertório, só Tim Maia. “Eu já era fã. Mas, quando comecei a engordar, todo mundo me chamava de Tim Maia”, lembra o artista que, naquela noite, cantou por duas horas ininterruptas.
Recuperado do problema no rosto, Ricardo Maia decidiu mudar o rumo da vida e se dedicar a cantar Tim dali em diante. Se o original era especialista em se meter em situações inusitadas, com o cover não foi muito diferente. Tanto que ele já fez show em praia de nudismo (“pediram muito pra eu ficar nu, mas arreguei”) e num encontro de barcos no Amazonas. Certa vez, na Serra da Meruoca, ele ia cantar Primavera, quando a voz faltou. Na hora, sem saber o que fazer, ele olhou para a lateral do palco em busca de alguém que o ajudasse. Foi quando ele viu a figura do Tim Maia rindo para ele. Naquele momento, Ricardo desceu e cumprimentou cada pessoa da plateia. Após apertar as mãos do público, uma a uma, voltou ao microfone e seguiu normalmente com versos que poderiam resumir sua vida inteira: “Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir/ Tenho muito pra contar/ Dizer que aprendi”.
SERVIÇO
Uma Noite no Caribe.
Quando: hoje, 30, às 22 horasOnde: Iate Clube (Av. da Abolição, 4813 – Mucuripe)
Quanto: R$ 60 (inteira) e R$ 40 (sócio)Telefone: 3263 1744
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
O POVO Entretenimento | Vida & Arte