CINEMA NACIONAL 27/07/2016

Rodado em Fortaleza, filme O Homem de Papel completa 40 anos

Rodado em Fortaleza, longa de Carlos Coimbra completa 40 anos. Assistido hoje, o filme nos leva a uma viagem no tempo para a Capital dos anos 1970. Parte das cenas teve a Redação do O POVO como cenário
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Jáder Santana jadersantana@opovo.com.br


Na primeira sequência de O Homem de Papel, o repórter policial Carlos - vivido pelo ator cearense Milton Moraes -passeia pela redação do jornal A Tribuna, cigarro aceso em mãos, saltando entre bancadas e fazendo piada com seus colegas arqueados sobre máquinas de datilografar. Pela janela lateral, o trânsito então ameno da avenida Aguanambi. Tomando conhecimento de uma pauta explosiva, sai vibrante do prédio e embarca em seu fusca branco. Dirige rápido por uma Fortaleza de construções baixas entre dunas, coqueiros e jangadas.


Lançado nos cinemas em 1976 com o título provisório Volúpia de um Desejo, o filme documenta uma Capital que ainda caminhava para se afirmar como metrópole regional. As sequências de perseguição policial mostram uma Fortaleza rica em natureza e cultura, resultado de um bem pensado patrocínio do Governo Estadual, que enxergou no projeto uma oportunidade para fomentar o turismo da capital.


Com roteiro de Ezaclir Aragão, o longa acompanha a história de um repórter (Milton Moraes) frustrado pela falta de sucesso profissional e pelo desgaste da relação com a noiva, Marília (Terezinha Sodré), e o romance com a amante (Vera Gimenez). Após receber denúncia anônima de um grande contrabando, o protagonista se envolve em uma investigação que acaba por colocá-lo no centro de uma rede de mentiras.


“Trata-se de um filme policial, com as recorrências de sempre, inclusive no tratamento estético das cenas de perseguição e sexo. É um filme de gênero, comercial, sem traços particulares de autoralidade. É um thriller de erotismo sofisticado e investigação policial”, afirma o ator Ricardo Guilherme, que participou do longa no papel do inspetor de polícia.


Chama atenção no longa o modo como o cineasta Carlos Coimbra (de Corisco, o Diabo Loiro) passeia pela cidade subverte noções espaciais em prol da narrativa. “A edição urbanística da cidade era estranha, mas isto foi uma liberdade cinematográfica do diretor”, pondera Ricardo. Em uma das cenas do filme, o carro do protagonista parte da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Centro e, quando dobra uma esquina, aparece no Mercado dos Pinhões.


O cenário do fictício A Tribuna, jornal do qual Carlos é funcionário, foi a sede do jornal O POVO. Quem estava lá era o jornalista Frederico Fontenele, hoje aposentado, que começava sua carreira na redação. Ele aparece brevemente na cena de abertura do filme e conta que os repórteres precisaram manter a rotina de trabalho enquanto as filmagens eram realizadas.


Fred também recorda a estreia nacional do longa, que aconteceu no Cineteatro São Luiz. Segundo ele, O Homem de Papel permaneceu em cartaz durante cinco semanas e arrecadou bilheteria superior a 300 mil cruzeiros. “Já em outras partes do País, o resultado foi mais modesto”, conta.


O filme nasceu a partir de um desejo do roteirista. No auge da pornochanchada, Ezaclir queria que o País começasse a produzir seus próprios roteiros policiais. “Queremos atingir o público que diz que cinema brasileiro não presta, tendo em vista as pornochanchadas e os filmes feitos na base do heroísmo”, declarou em entrevista à época do lançamento.


Cheio de perseguições, assassinatos e lutas, o filme merece ser revisto nos dias de hoje principalmente pela viagem que proporciona à Fortaleza daquela época. Cenários como o Náutico Atlético Cearense, as avenidas Leste oeste e Beira Mar, o edifício Iracema Plaza, ainda novo, o restaurante Sandra’s, o Farol do mucuripe, as praças do Ferreira e Portugal, que ressurgem com vibração para os saudosistas e como curiosidade para as novas gerações. (Colaborou Lucas Braga/ Especial para O POVO)


Multimídia


Assista ao filme completo em

https://goo.gl/VbeuPl

 

espaço do leitor
Lucca Brazzi 05/08/2016 14:02
Parabéns Jader, excelente reportagem!
Lucca Brazzi 05/08/2016 14:01
Excelente reportagem! Vi o filme e fiquei impressionado como nossa cidade cresceu ainda que também tenha crescido em problemas. Parabéns Jader!
Lucca Brazzi 05/08/2016 14:01
Excelente reportagem! Vi o filme e fiquei impressionado como nossa cidade cresceu ainda que também tenha crescido em problemas. Parabéns Jader!
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