Pedro Azevedo, programador do Cinema do Dragão/Fundação
Em “Mãe só há uma”, a cineasta paulistana Anna Muylaert apropriou-se da história real de Pedro Rosalino Braule Pinto, ou simplesmente “Pedrinho”, como ficou conhecido no Brasil após o notório caso de sequestro infantil que protagonizou no começo da década passada. A partir dele, foi possível mergulhar fundo no tema da identidade. Após o sucesso de Que horas ela volta?, Muylaert aposta numa narrativa menos clássica, mais elíptica e arrisca uma fotografia mais próxima ao documentário, pela frontalidade e pela fluidez embutidas na construção da imagem, muitas vezes, conduzidas por meio do recurso da câmera na mão.
O filme narra as agruras de Pierre (vivido pelo ótimo ator estreante Naomi Nero) no auge da construção de sua identidade pessoal, após a dura descoberta de que sua mãe trata-se, na verdade, de uma sequestradora que o roubou na maternidade. As transformações do seu corpo e o amadurecimento da sua sexualidade vêm num momento de turbilhão e total perda de referência. A cineasta capta todo esse processo com um olhar sempre muito sensível, livre de qualquer tipo de julgamento e digno de aplausos, não só pelo seu valor enquanto obra audiovisual, mas como instrumento de reflexão.
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