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Em Cabeça Masculina, de 1959, o artista plástico paraibano Antonio Dias pinta as feições de um rosto sertanejo aos moldes do expressionismo de Oswaldo Goeldi, um dos maiores ilustradores brasileiros e seu mentor nos primeiros anos de atividade. O negro das linhas que definem o personagem contrasta com o vermelho vivo que circunda a figura e explode em seus olhos e canto da boca.
“Ela tem a característica de uma bicromia, inclusive o vermelho. Quem tem familiaridade com a obra de Goeldi, vê o artista na veia”, afirma Max Perlingeiro, diretor da galeria Multiarte e curador da exposição inédita de Antonio Dias que tem abertura hoje e segue até o dia 28 de novembro.
As 64 obras expostas traçam um panorama contundente da trajetória de Dias, reconhecido como um dos artistas plásticos mais importantes para o País justamente por sua capacidade de reinvenção. Dias mudou de estilo, transitou entre escolas e consolidou seu nome no universo da arte como um autêntico cosmopolita.
O artista começou a trajetória internacional quando, aos 21 anos, em 1965, ganhou uma bolsa de estudos do governo francês na IV Bienal de Paris. Ao final do benefício, já integrado à cena cultural parisiense, resolve não voltar ao Brasil, iniciando um período de criação artística que se estenderia por locais tão diversos quanto a Inglaterra e o Nepal. Foi no país asiático, aliás, que Antonio Dias esteve durante cinco meses investigando o processo de fabricação artesanal de um papel que mais tarde seria utilizado por ele para se aproximar da ideia de lirismo e fragilidade que buscava imprimir ao seu trabalho.
Perlingeiro conta que resgatou obras e estudos fundamentais para a compreensão do processo criativo do artista, vindo daí o caráter inédito da exposição. “Toda essa parte da gravura, isso faz parte de um universo muito pessoal. Fui ao seu ateliê e vi isso, o fundo de gaveta, a quintessência do artista, o que ele fez e acumulou ao longo de 70 anos. Algum dia alguém chega lá e tenta desvendar o que há sob esse véu”.
Na exposição, três salas interligadas passeiam pela produção artística de Dias desde os anos 1950, passando por suas distintas fases de influência estética - da figura ao conceitual, dos signos às histórias em quadrinho. Em outra sala estão os grandes formatos, onde se pode ver a efetiva realização daquilo que o artista estudava.
Antonio Dias, que faz questão de participar pessoalmente da montagem de exposições com seus trabalhos, estará presente na abertura para convidados, ocasião em que também será lançado um livro com análises do historiador da arte Sérgio Martins e registros fotográficos - alguns deles inéditos - da trajetória do artista.
SERVIÇO
Exposição Antonio Dias
Quando: de 14 de outubro à 28 de novembro (de segunda a sexta, das 10 às 18 horas, e aos sábados (das 14 às 18 horas)Onde: Galeria Multiarte (R. Barbosa de Freitas, 1727 - Aldeota)
Gratuito. Telefone: 3261 1822
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