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Em 2006, a Marvel France promoveu uma viagem de férias inédita para o mais popular dos X-Men com a coleção Transatlantique (Transatlântico). Em história de Jean-David Morvan e traço de Phillipe Buchet, a HQ Wolverine: Saudade trouxe o mutante canadense para nada mais nada menos que o Pirambu, em Fortaleza. Nove anos após a publicação, o quadrinista francês visita o Ceará para, finalmente, por os pés no Pirambu.
A história de 2006, portanto, foi escrita antes do quadrinista conhecer a terra. Segundo Morvan, a inspiração veio de um de seus cantores favoritos, o também francês Bernard Lavilliers.
Apaixonado pelo Brasil, o intérprete tem entre seus sucessos uma canção chamada Fortaleza e outra conhecida por Saudade – pano de fundo e título da HQ estrelada por Wolverine. Sabendo da cidade, uma busca no “google” por “Favela + Fortaleza” o fez entrar em contato com aquela que é apontada como uma das maiores favelas do mundo, o Grande Pirambu e seus 400 mil habitantes.
Morvan não é um turista como qualquer outro. Fotógrafo, ele viaja o mundo procurando o lado belo da vida difícil de comunidades pobres. “Eu não sei por que, mas favelas me atraem. Não é a violência, mas as pessoas de lá”, explica o quadrinista, acolhido por moradores do Pirambu na visita. “Eu estive 15 vezes em Pequim e nunca estive na Muralha da China ou na Cidade Proibida”, dimensiona.
Entre o papel e o real
Após conhecer um pequeno pedaço dos quilômetros de Pirambu, o sorridente francês é taxativo. “Eu tentei dar uma visão positiva da favela, mas vejo que o background é diferente. Queria também mostrar o papel do Instituto Nova Jerusalém – aqui, a Igreja realmente faz diferença, ao contrário da França”, diz, apontando que o principal “erro” dele e de Buchet foi ao retratar os carros da comunidade. “A gente pensou em carros mais antigos, como em Cuba ou na Argentina”, desculpa-se.
Os veículos e o chão de terra batida são frutos da principal influência artística para a criação do Pirambu fictício: o filme Cidade de Deus (2002), de Kátia Lund e Fernando Meirelles. “Quando você vê falarem de favela na TV, é só violência. Acho que não é só isso – as pessoas têm mais medo do que são agressivas”, defende.
Segundo Morvan, que visita favelas e subúrbios pobres no mundo todo, o Brasil tem como diferencial o calor de seu povo. “Eu fui em Buenos Aires (Argentina) e todo mundo parecia muito triste, sofrido. Aqui, mesmo dentro da miséria, a gente vê felicidade”, ri-se o francês.
Sobre o Ceará, Morvan admite a surpresa por ter visto pouca população negra – principalmente após ter visitado Salvador (BA) – e garante que guarda uma missão para a próxima vinda. “Eu li recentemente Os Sertões, do Euclides da Cunha, e quero muito ir ao Sertão”, admite o turista que visita aqueles lugares onde gringo não vai.
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