[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
Biógrafo de destaque no cenário nacional, o cearense Lira Neto começou sua carreira literária em 1999, quando lançou O poder e a peste pelas Edições Demócrito Rocha. O livro conta a história de Rodolfo Teófilo e sua luta contra uma epidemia de varíola que se espalhou pelo Ceará no final do século XIX e início do século XX vitimando milhares de pessoas. Depois da estreia, o jornalista se debruçou sobre as histórias de Maysa, José de Alencar, Padre Cícero e outros. Seu último lançamento, de 2014, foi o último capítulo da trilogia sobre o ex-presidente brasileiro Getúlio Vargas.
De São Paulo, onde mora há mais de 10 anos, Lira Neto conta por telefone que O poder e a peste lhe abriu os olhos para outro tipo de jornalismo, de mais fôlego. “Hoje percebo alguns aspectos que poderiam ser revistos no livro, mas foi onde me decidi por uma nova carreira”, lembra ele, que na época era editor das Edições Demócrito Rocha. Para ele, a experiência de conhecer “o outro lado do balcão” o ajuda ainda hoje na hora de fechar contratos e selecionar projetos. Leia a seguir a entrevista que Lira Neto concedeu ao O POVO, por conta dos 30 anos da Fundação Demócrito Rocha.
O POVO – Como foi sua experiência na FDR?
Lira Neto – Em 99, eu era editor do Vida &Arte, quando a Albanisa Dummar me convidou pra ir para a FDR. Fui ver como era e senti que tinha uma coisa bacana pra resolver que era o braço editorial. A Fundação já tinha um catálogo, mas eu vi ali a possibilidade de fazer uma coisa mais sistemática. Em dois anos, lançamos 82 títulos, desenvolvemos algumas coleções, entre elas, a Clássicos Cearenses, com 10 livros fundamentais que estavam esgotados. Eram livros imprescindíveis para compreender o Ceará, mas que você não encontrava mais.OP – O que você destaca na sua passagem pela FDR?
Lira – Acho o trabalho de descoberta de novos autores, ilustradores, diagramadores, capistas e outros profissionais. Fizemos uma linha forte de infantis. A ideia era lançar livros que outras editoras não lançariam, numa linha eminentemente regional. Outro detalhe interessante: até então, os livros publicados aqui eram muito pobres, graficamente falando. Os livros não eram costurados, eram colados. Fizemos exigências às gráficas e passamos a exigir determinada tecnologia. Isso elevou o nível do mercado. As livrarias tinham dificuldade de expor livros de escritores cearenses. Nós fizemos um trabalho de convencimento para mostrar que aqueles livros eram comercialmente viáveis.OP – Você também lançou livros editados pela FDR.
Lira – Lancei O poder e a peste (2001) e a reunião das colunas do ombudsman, A herança de Sísifo (2000). Foi depois deste primeiro (biografia de Rodolfo Teófilo) que eu decidi que poderia unir minha carreira de jornalista com algo de maior fôlego. Hoje vejo alguns aspectos que poderiam ser revistos, mas foi onde me decidi por uma nova carreira. A FDR foi uma escola, não só pra eu saber como funciona o mercado de livros, mas me ajudou a negociar melhor contratos com editoras quando me tornei escritor.OP – Como você avalia a contribuição da FDR para o Estado?
Lira – É um papel extremamente importante e, historicamente, ela foi pioneira na edição de livros de qualidade. Fizemos livros didáticos com a história dos municípios cearenses, como Sobral e Fortaleza. Eram livros ilustrados, modernos, e isso foi importantíssimo para que Ceará passasse a descobrir o próprio Ceará. Percebo que o cearense passou a se olhar melhor a partir do trabalho da FDR.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
O POVO Entretenimento | Vida & Arte