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LITERATURA. ENTREVISTA 21/01/2015

Fortaleza 21 recebe Fernanda Meireles

Escritora é a quinta entrevistada no projeto que busca fortalecer produções literárias contemporâneas da Capital por meio da pesquisa e debates

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João Paulo Freitas joaopaulodefreitas@opovo.com.br

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Fernanda Meireles abordará a produção de fanzines e produções literárias independentes

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Debater a produção artística em suporte alternativo na Capital será o foco do penúltimo dia de entrevistas do projeto Fortaleza 21, que tem como entrevistada a escritora Fernanda Meireles. O encontro será realizado na Gibiteca da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira, no Benfica, às 18h30min. Fernanda, que estudou Letras, Arte-Educação e Comunicação Social, vai abordar como a sociedade entende a literatura em fanzines e outras produções independentes.

Fernanda teve o seu primeiro contato com colagens em 1996, ao ler as criações da pesquisadora cearense Thais Aragão. “Minha primeira aproximação já me deixou apaixonada e logo comecei a produzir os zines em diversos formatos e objetos”. A artista publica em postais, garrafas, camisas, jornais e cartas. Além disso, ela foi responsável pela organização de coletâneas, como o livro de contos Metrópolis, publicando em 2010, Contos de Travessia, 2014, e da obra de poesia Massanova, lançado em 2007.

A escritora reforça que os fanzines têm uma contribuição para além do campo artístico. “Os Direitos Humanos também são beneficiados com a produção, pois eles (os zines) são feitos para lembrar que você pode ter autonomia criativa e não se tornar tão refém das editoras”.

“É preciso avançar muito na valorização dos fanzines em Fortaleza”, defende a artista. Ela argumenta que “em anos anteriores havia um apoio por parte da Prefeitura, em que as escolas públicas foram beneficiadas com as produções. Precisamos retomar isso para que os zines estejam cada vez mais próximo da educação”.

O principal ponto negativo na produção alternativa avaliado por Fernanda é a dispersão do foco nos conteúdos elaborados. “Estamos vivendo em uma época em que todas as expressões comunicativas, seja fotografia, texto ou vídeo, estão perdendo o foco e isso se deu com o mau uso da internet, e isso afeta diretamente na produção artística”.

Produção local

Um dos organizadores do projeto, Talles Azigon, afirma que existem muitos escritores de Fortaleza que estão deixando a Capital por falta de incentivo. “A nossa cidade carece de estrutura no mercado editorial, e quem perde com isso é a própria população, pois perdem o elo com a produção local”, destaca.

Azigon lembra que o objetivo do projeto vai além do conhecimento sobre as dificuldades na produção literária da cidade, mas que pretende dar mais visibilidade aos trabalhos dos escritores locais. “Temos boas produções, podendo inclusive comparar a trabalhos internacionais. É necessário termos na cidade espaços onde os escritores possam falar sobre os livros, não só nos lançamentos”.

O ciclo de entrevistas se encerra na próxima sexta-feira, com o poeta Meia Tigela, escritor do Memorial Bárbara de Alencar e outros poemas, e Frederico Regis, autor de Minutas do Caos. O debate será realizado às 17h30min, no Gibiteca da Biblioteca Dolor Barreira.

SERVIÇO

Projeto Fortaleza XXI entrevista com a escritora Fernanda Meireles

Onde: Gibiteca da Biblioteca Dolor Barreira (Avenida da Universidade, 2572, Benfica)

Quando: Hoje, às 18h30min

Outras Informações sobre o projeto: www.fortaleza21.com.br

Entrada gratuita.

SAIBA MAIS

Fortaleza 21: a literatura fortalezense do século XXI é um projeto contemplado na categoria Literatura pelo Programa de Residências e Intercâmbios e tem como pesquisadores Nathan Matos, Talles Azigon e Madjer Pontes. O objetivo da atividade é fortalecer a literatura fortalezense a partir da pesquisa, crítica e difusão. O grupo de estudantes teve como base de pesquisa a Biblioteca Dolor Barreira.

Desde quando os pesquisadores iniciaram os trabalhos, em outubro do ano passado, já foram entrevistados escritores como Carlos Emílio Corrêa Lima, Márcio Moreira, Silas Façanha e Mariana Marques. As entrevistas com os escritores regionais compõe a segunda etapa da pesquisa, antes, houve o levantamento de obras e autores. A última fase será a publicação de uma revista eletrônica com textos e fotos das entrevistas e deverá ser divulgado na primeira semana de fevereiro, no site do projeto.

A ação faz parte do Programa da Coordenadoria de Criação e Fomento da Secultfor, lançado em 2013. O incentivo é voltado a artistas, pesquisadores e produtores da Capital com projetos em artes visuais, circo, dança, literatura, teatro, música, moda, audiovisual, gastronomia, fotografia e humor. O edital premiou 22 projetos, dentre 74 inscritos, com R$ 15 mil cada.

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