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LANÇAMENTO. LIVRO 17/09/2014

Estudo genealógico traça origens do povo nordestino

O pesquisador Cândido Pinheiro Koren lança três volumes da coleção Borges da Fonseca, que conta a história das raízes genealógicas nordestinas

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Marcos Sampaio marcossampaio@opovo.com.br

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Cândido Pinheiro Koren de Lima: coleção de livros é resultado de 30 anos de pesquisa sobre a miscigenação que resultou no povo nordestino

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Para compreender as origens do povo nordestino é preciso percorrer um longo caminho histórico traçado por um emaranhado de setas. Cada uma delas aponta uma rota, uma corrente migratória. Em cada parada, novos contatos estabeleciam novas misturas de sangue e culturas.

O médico e pesquisador Cândido Pinheiro Koren de Lima dedicou 30 anos de sua vida a compreender essa miscigenação que resultou no povo nordestino. “Ninguém gosta da verdade. Todo mundo quer se pintar de branco”, ressalta o fundador do Sistema Hapvida Saúde, que lança hoje, em Fortaleza, os três primeiros volumes da coleção Borges da Fonseca. Percorrendo a história de reis, guerreiros e escravos, a série mostra que só aceitando a mistura é possível compreender a “raça nordestina”.

A pesquisa de Cândido Pinheiro usou como ponto de partida o trabalho de Borges da Fonseca (1718-1786)intitulado Nobiliarquia pernambucana. Militar de carreira e governador da então capitania do Ceará entre 1765 e 1782, Fonseca dedicou quatro volumes às famílias portuguesas radicadas no Brasil. Dispondo todos os sobrenomes sobre uma bancada, Cândido Pinheiro começou a traçar conexões e buscar os principais personagens daquelas histórias. Na série que apresenta hoje na Unifor, mais que uma lista genealógica, estão rápidas biografias, como a do médico José Ribeiro da Frota (1880 – 1959), cujo nome batiza o pronto socorro de Fortaleza.

Já apresentada em outros estados desde o segundo semestre de 2013, a coleção Borges da Fonseca mergulha alguns séculos na história para desvendar as famílias que constituíram o nordeste brasileiro. Ao todo serão 10 volumes, que começam com Albuquerque, a herança de Jerônimo, o torto, O crime de Simões Colaço e Liras, o nome e o sangue – uma charada familiar no Pernambuco colonial. Ainda este ano, ele lança os volumes dedicados a Abraham Senior e aos Lucena. Para 2015, ficam Branca Dias, Barbosa, Carneiro, Bezerra e um volume dedicado aos demais títulos de famílias.

O pesquisador afirma que a coleção Borges da Fonseca não é uma homenagem às famílias, mas um mergulho nas raízes nordestinas. “Queria saber o que formou o homem nordestino. Temos a ideia de que somos brancos porque temos um tronco branco”, critica apontando uma realidade bem diferente. Segundo Cândido Pinheiro, o nordeste colonial – e, por consequência, o atual – é formado de 2% de sangue negro subsaariano escravo; 80% de sangue do nosso índio e 97% de sangue judeu, muçulmano semita, muçulmano negro pré saariano.

Para Cândido Pinheiro, sua pesquisa deve incomodar alguns descendentes das famílias citadas, principalmente os que descobrirem que seu nome parte de filhos bastardos ou degredados. Ainda assim, ele tem outros dois livros em mente. Um deles vai tratar dos descendentes do judeu Ruy Capão, que inclui Costas e Pachecos, e outro a cinco judias que, em sua época, tiveram que trocar sexo pela sobrevivência. Entre elas estava Inês Esteves, que teve um caso fortuito com João I, rei de Portugal, e com ele teve um filho, que daria origem à casa real de Bragança.

SERVIÇO

Lançamento da Coleção Borges da Fonseca

Quando: hoje, 17, às 10 horas

Onde: Unifor (Av. Washington Soares, 1321 – Edson Queiroz)

Quanto: R$ 45 (cada livro)

Aberto ao público

Telefone: (81) 3441.3348

SAIBA MAIS

Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, nasceu no Recife, em 1718. Foi governador e capitão-geral da capitania do Ceará, no período entre 1765-1780. Produzida em 1748, em quatro volumes manuscritos, a Nobiliarquia Pernambucana é a mais importante obra sobre a genealogia do Nordeste na época colonial. O livro abrange numerosas famílias portuguesas ligadas à história de Pernambuco. Borges da Fonseca morreu em abril de 1786 e foi sepultado no Mosteiro de São Bento de Olinda.

COLEÇÃO BORGES DA FONSECA

1. Albuquerque, a herança de Jerônimo, o torto

2. O crime de Simões Colaço

3. Liras, o nome e o sangue – uma charada familiar no Pernambuco colonial

Lançamentos ainda em 2014

4. Abraham Senior

5. Lucena

Previstos para 2015

6. Branca Dias

7. Barbosa

8. Carneiro

9. Bezerra

10. Demais títulos

> TAGS: genealogia

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