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Conta a lenda que um português enamorou-se de uma bela nativa das terras tupiniquins. Desse encontro étnico e apaixonado surgiu um povo. Parece a história de Iracema, mas segundo os representantes da heroína em questão, esta é a narrativa de uma prima “longíííínqua” da musa de Alencar, mais conhecida como Índia Piaba, que teria vivido séculos atrás lá pelas bandas da Barra do Cunhaú, no Rio Grande do Norte.
Trazida para cá pelo português desbravador, no Ceará teria acontecido o nascimento de sua prole, famílias inteiras que se seguiram, misturaram e deram origem aos Descendentes da Índia Piaba – mais que herdeiros da trama lendária, um grupo descontraído de amigos que se uniu em torno da mística indígena e do carimbó com toque rock n’ roll.
Ou “carimbó punk”, como eles chamam o legítimo sucessor do “carimbó pauleira” de Pinduca e outros mestres, como seu Vieira e Aldo Sena. Aliás, foi remexido pelo ritmo de origem africana, uma das marcas do Pará, que o grupo se juntou.
Desde pequenos Sérgio Roberto, o irmão Lugui Costa e o primo Emmanuel Braga Jr. (o Mancha) gostavam de carimbó e se dedicavam a instrumentos típicos do rock: guitarras, baterias, violões. Homens feitos – um arquiteto, o outro médico e o terceiro músico profissional – resolveram mergulhar nas histórias desse estilo musical parente do forró para produzir o documentário Piranha, o carimbó no Ceará.
O filme, com direção de Tibico Brasil, ainda não foi concluído, mas já deu frutos. Da pesquisa sobre o ritmo que aproxima paraenses e cearenses mais do que se supõe, os Descendentes foram surgindo cerca de três anos atrás. Primeiro com investidas despretensiosas, na casa de amigos que gostavam de ouvir as versões que eles faziam de sucessos como “Piranha”, de Alípio Martins; e “Praia de Iracema”, uma homenagem de Pinduca à terra que o acolheu na década de 1980, assim como a outros tantos músicos daquela leva.
Punk
“Fortaleza pra eles era uma espécie de ‘Broadway’. Como lá no Pará eles não tinham muita visibilidade, vinham se lançar como artistas daqui pro resto do nordeste”, conta Sérgio, o roteirista do documentário e “chefe” dos Descendentes. Foi dele a ideia de, mais que mostrar no que dá a mistura musical dos dois Estados, transformar as referências num som novo. “Já perguntaram se a gente é do Pará, mas eu sempre digo: nós não fazemos o carimbó paraense, nós fazemos o carimbó cearense”, garante o vocalista da banda.
Desde o primeiro show oficial, em 2011, na abertura de uma apresentação de Aldo Sena, o mestre da guitarrada paraense, em Fortaleza, os Descendentes da Índia Piaba vêm ganhando espaço de destaque no cenário alternativo da capital cearense com seu “carimbó punk”, que a princípio causa certo estranhamento no público pouco acostumado a esse ritmo.
“Tem um lado bom e um lado ruim disso, que é o fato de as pessoas ficarem: carimbó punk? O que é isso? Mas ao mesmo tempo a gente está fazendo uma coisa que é única, que só a gente faz”, diz Lugui.
Pinduca
Entre os artistas citados pela banda como obrigatórios para quem quer saber mais sobre o carimbó, estão Pinduca, Alípio Martins, Mestre Vieira , Aldo Sena e Carlos Santos, além de nomes menos conhecidos como Carlos Marajó e o grupo Populares do Igarapé Miri. Do “rei” Pinduca, eles indicam os discos Carimbó e Sirimbó do Pinduca Vol. I e Vol. II.
Alípio Martins
Nascido em Belém em 1944, Alipio Martins foi cantor e produtor de destaque nos anos 80. Dele, a banda sugere o disco O rei do Carimbó Vol II (1974). O músico faleceu em 1997.
Aldo Sena
A banda considera um de seus shows mais marcantes, a abertura que fizeram para uma apresentação do guitarrista paraense em Fortaleza, em 2011. Dele, eles indicam dois discos: Aldo Sena, de 1983; e O melhor de Aldo Sena. O músico é considerado um dos mestres da guitarrada, gênero paraense que resulta de uma mistura entre o chorinho e o carimbó.
Saiba mais
Primeiro disco
Cheios de histórias bem humoradas do intercâmbio Pará-Ceará, Led Zeppelin-Alípio Martins, rock-carimbó, passado-futuro, os Descendentes da Índia Piaba se preparam para, em fevereiro, transformar o demo com cinco músicas autorais no primeiro disco da banda. Junto com o álbum, está nos planos um clipe entre os barcos da Barra do Ceará, presente em muitos carimbós que cantam o encontro do rio com o mar.Próximo show
O próximo show da banda deverá acontecer no bar e restaurante Zé do Mangue, localizado à beira do Rio Cocó, no bairro Edson Queiroz. A data ainda está sendo definida.Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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