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Para Carri Costa, ator, diretor e dono do Teatro da Praia, vizinho poucos metros do Alpendre, o fechamento “compromete a produção de cultura na nossa cidade”. Segundo ele, os órgãos públicos não conseguem estabelecer uma relação com os equipamentos que facilite a manutenção dos espaços naquela área. “O entorno do Dragão do Mar não está pra peixe, não. Eu senti isso no começo do ano, mas as coisas não têm melhorado”, frisa, chamando atenção para a especulação imobiliária e o valor elevado de impostos como o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). “Qualquer lugar a menos na cidade onde se possa pensar, onde se possa ter um trabalho voltado pro lado social, pra cultua e pra arte é uma perda. A arte da cidade perde”, diz, lamentando a despedida do Alpendre.
João Wilson, assessor do presidente do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC) - responsável pelo Dragão -, Paulo Linhares, acredita que o impacto da saída do Alpendre do entorno do Dragão atinge o bairro como um todo. “A praia de Iracema perde, o Dragão perde, o Alpendre tem uma história. Chegou antes do Dragão e assim como teve o Instituto Dragão do Mar, que muitos artistas que estão produzindo hoje passaram por lá, você vê muita gente que passou pelo Alpendre também. Ele faz parte da história da cidade. É uma perda”, avalia.
Do grupo La Calle, um dos coletivos residentes no Alpendre durante o Habitação Alpendre, projeto financiado pelo edital Pró-Cultura do Ministéio da Cultura (MinC) durante este ano, o palhaço Tiago Freitas, 29, experimentou o amadurecimento pessoal e viu o grupo ganhar uma cara durante os dois anos como residente do equipamento. Apesar disso, ele não vê com apreensão a “pulverização das companhias” que ocupavam o equipamento. “É saudável, acho que alguns vínculos vão se manter e como a gente não vai estar no mesmo lugar isso pode favorecer outros espaços que a gente vai ocupar”, diz.
Bruno Reis , artista de 25 anos, é outro que frequenta o Alpendre há anos. Ultimamente de forma mais intensa, nas aulas de dança contemporânea. Para ele, a maior perda será a da possibilidade do encontro que o Alpendre proporcionava. “Uma coisa vai reverberar em outras coisas. Eu estudo cinema, mas depois que eu passei por lá teve uma mudança na minha perspectiva”, diz. Ante a indefinição sobre o destino do prédio, ele diz que “passar por ali e vê-lo transformado em estacionamento seria doloroso demais”.
Mercado
Ex-morador do Poço da Draga, Victor Melo, 27, chegou ao Alpendre adolescente, com um interesse por fotografia ainda muito “imaturo”. Nos cinco anos que passou lá, dentro do projeto Noir, também fez aulas de dança, expressão corporal, história da arte e uma infinidade de matérias que, num curso comum de audiovisual, ele não faria. “No Alpendre você bebia de outras fontes, mas tudo dentro da questão da arte e aí você vai levando pra sua vida, pro seu modo de trabalho”, conta. É por isso que ele não titubeia quando é perguntado sobre a importância de ter passado por lá: “Foi fundamental”. Profissionalmente, foi de lá que ele ganhou o mercado de trabalho e hoje atua como diretor de fotografia audiovisual. Por saber essa importância ele lamenta e se preocupa com outros jovens que, diferente dele, não terão a mesma oportunidade. “É menos um espaço dentro de uma Fortaleza que tem poucos espaços como esses pra formação de jovens que não têm acesso, de periferia”, diz. (Raphaelle Batista)
SERVIÇO
Festa de Finalização - Despedida do Alpendre
Quando: Amanhã, 13Onde: Rua José Avelino, 495 - Praia de Iracema
Outras infos: 3021 3645 / www.habitacaoalpendre.com
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