[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
Teve gente fazendo tocaia no Centro Cultural Banco do Nordeste, atualizando o Facebook a cada minuto, chantageando monitores do museu, rodando horas atrás de um dos quadros deixados na rua. Mesmo sendo imagens associadas à pornografia, escatologias, bizarrices e até à maldições, todo mundo queria uma das 13 obras que você não colocaria na sala da sua casa, da exposição do Coletivo Monstra que começou no dia 16 de fevereiro e termina hoje. Era de graça, bastava achar.
“As pessoas acabam encontrando uma resposta, às vezes pela estética outras pelo humor, mas tem muito da onda também. No Juazeiro (por onde a exposição já passou) quando as pessoas começaram a se tocar que a gente ia deixar um quadro, vinha alguém seguindo e pegava correndo, sem nem ter visto qual era”, refaz Franklin Stein, um dos fundadores do Coletivo Monstra, junto com Weaver Lima. Ise Araújo, Jabson Rodrigues, Everton Silva, Mychel TC e Lui Duarte fecham o coletivo.
Em Fortaleza, o grupo fez a reposição das obras no museu do Centro Cultural do BNB em horários diferentes para despistar. Acabava tão rápido que teve gente desconfiando se tinha mesmo reposição diária. Foram 100 quadros, contando com os 13 que ainda serão sorteados hoje, no encerramento da exposição. Mas foi a brincadeira de caça ao tesouro via Facebook que movimentou a Cidade. A ideia mudou a proposta inicial do projeto que também já tinha passado por Teresina.
Lá os quadros eram simplesmente abandonados. As pessoas esbarravam neles sem ter noção do que se tratava. As reações eram de surpresa. Pelo menos no início. Depois a notícia se espalhou. “Só que antes mesmo de vir pra cá, já estávamos recebendo mensagens: ‘E aí? Quando vem? A gente quer quadro’. Resolvemos aproveitar o fato das pessoas estarem realmente querendo, esperando, e pensamos nessa outra estratégia. Vamos deixar num local abandonado, dar pistas e ver se elas vão atrás ou não”, conta Franklin.
Até o fechamento da edição, dos 80 quadros espalhados em vários bairros de Fortaleza – da Praia de Iracema ao Caça Pesca, da Parangaba ao Edson Queiroz – mais de 50 foram comprovadamente achados por um dos 1.540 amigos do Monstra na rede social. O pessoal do Monstra divulgava fotos e mapas dando dicas dos locais onde “abandonavam”. Wendel Alves, professor do curso de licenciatura de artes visuais do Instituto Federal do Ceará (IFCE), correu quando viu que tinha um perto do Bar do Avião, chegou 20 minutos depois e já tinham levado o quadro. “O jogo de procura e a curiosidade de se aproximar do proibido despertaram essa movimentação. Por que não posso ter essas imagens na parede? É uma pequena transgressão. E a estética pop, bebendo na fonte dos quadrinhos, do zine, do underground, é interessante”, comenta Wendel, frustrado por ter não achado a sua.
A estudante de moda, Piera Cysne, 24, viciou na brincadeira. Pegou cinco quadros e ganhou o sexto. O primeiro foi no Carnaval, o outro perto do trilho, dois no BNB, um debaixo de chuva e outro presente de um amigo. “Já estava com vergonha. Não me sentia mais pegando a obra, mas tirando de alguém”, ri.
Estão todos na parede do quarto do pensionato.
Serviço
13 obras que você não colocaria na sala da sua casa
Onde: Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil (rua Floriano Peixoto, 941)
Quando: Hoje, às 17hQuanto: Entrada gratuita
Saiba mais
Apenas quatro retornos vieram de pessoas que encontraram os quadros totalmente sem querer (cada obra tinha uma etiqueta com o email do coletivo).
A exposição deve passar por Salvador e outras capitais.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016
O POVO Entretenimento | Vida & Arte