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No último domingo, logo depois de votar, o candidato a vereador Célio Studart (SD) queixou-se mais uma vez do ferimento na mão direita, coberta com gaze. Foi na avenida Borges de Melo, duas semanas atrás. Célio correu para entregar um panfleto, tropeçou num calombo do asfalto e caiu. O machucado o impediria de cumprimentar eleitores destros.
“Tinha de me virar com a esquerda. Parecia que eu não queria apertar a mão das pessoas. É estranho. Pensei: que dia para ficar desse jeito”, narra, sentado no pequeno escritório que mantém no bairro São João do Tauape.
Contabilizados os votos, porém, as urnas mostrariam que o problema na mão era desimportante: aos 29 anos, Célio tinha recebido 38.278 sufrágios, tornando-se o vereador mais bem colocado em Fortaleza, atrás apenas da votação do então candidato a vereador Capitão Wagner, ainda em 2012, que alcançou 43.655.
Caçula de três filhos - tem duas irmãs, uma psicóloga e outra médica, que integra a ONG Médicos sem Fronteiras -, Célio entrou na política à revelia dos pais, que queriam fazê-lo servidor público. Resolveu tomar rumo próprio.
“Meus pais, que são da área da saúde, não queriam ajudar. Eles queriam que eu fizesse um concurso público. E eu dizia que não quero isso. Me sinto vocacionado à política. Eu sou o patinho feio da família”, confidencia o “vereador mais barato do Brasil”, slogan que adotou ainda em 2014, quando concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados, recebendo 30 mil votos.
Professor de inglês em cursinhos da cidade, fez intercâmbio no Canadá em 2007, viagem da qual, sete meses depois, resultaria a decisão por fazer algo concreto em sua vida. Nessa época, tinha opinião severa sobre os costumes políticos do Brasil daqueles anos Lula. “Eu era muito crítico. Tudo era ruim aqui no País. E, quando voltei, pensei que, melhor do que criticar, poderia contribuir de alguma forma.”
Um dos modos encontrados foi fundar um instituto de educação para a cidadania.
O outro foi se candidatar a vereador em 2012, pouco depois de desistir da diplomacia e ingressar na faculdade de Direito. Como os pais não ajudassem, apelou à avó, que doou R$ 10 mil e um imóvel que fez as vezes de comitê central. Foi ali, confeccionando panfletos à mão porque não queria usar papel da coligação e diante dos dois mil votos conquistados, que Célio teve uma dessas certezas cristalinas: mesmo não eleito, tinha feito a escolha certa.
Enquanto acompanhava sozinho a votação em casa no domingo passado, ao lado do labrador Tancredo – uma homenagem ao ídolo Tancredo Neves -, o advogado ainda tentava explicar o número superlativo. “Foi surpreendente. Eu não esperava. Meus pais também não.” Em seguida, acrescentou: “Acho que as pessoas estão cansadas”.
SAIBA MAIS
Apoio no 2º turno
Sobre apoio a um dos candidatos a prefeito de Fortaleza neste segundo turno das eleições, o campeão de votos Célio Studart disse que está aguardando que o PR entre em contato com ele.“Estou esperando que eles nos chamem pra conversar. Nossa votação foi importante pra eles. O PR elegeu quatro candidatos. Mas nossa votação acabou contribuindo. Foram bem votados e mereceram, mas não é o meu partido, o meu partido é outro. Acredito que vou me manter independente. Não está muito claro pra mim o que é que Fortaleza deseja. Vou ouvir o diretório estadual”, respondeu.
MULTIMÍDIA
Assista à entrevista com o vereador eleito Célio Studart em
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