[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Os efeitos da derrota | Política | O POVO Online
Ponto de vista 02/02/2015

Os efeitos da derrota

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Ítalo Coriolano, editor adjunto de Conjuntura

 

Além de ver naufragar os planos de ter um real aliado no comando da Câmara, o governo Dilma Rousseff também vê prejudicado um projeto político considerado crucial para o segundo mandato da petista: enfraquecer o PMDB e, consequentemente, diminuir o poder de barganha do partido que há anos traz dores de cabeça à cúpula do Planalto. Não foi à toa que Dilma tentou dar mais força a siglas alternativas da base. O PSD de Gilberto Kassab ganhou o importante Ministério das Cidades. O Pros de Cid Gomes ficou com o potente Ministério da Educação. E o PR continuou à frente do Ministério dos Transportes. São pastas que, de certa forma, garantiriam instrumentos até para a criação de um novo partido governista, que ganharia corpo com dissidências do PMDB e até de legendas da oposição. Enquanto isso, o partido de Eduardo Cunha possui em suas mãos ministérios bem menos relevantes, como Pesca e Aviação Civil.

 

Tendo agora um quase opositor na presidência da Câmara por dois anos, Dilma Rousseff se verá quase que obrigada a ceder às pressões da bancada peemedebista, sob o risco de ter sua governabilidade seriamente comprometida. Isso porque é o presidente da Câmara que define, por exemplo, as pautas de votações que vão a plenário. Uma delas já deve ter feito a presidente suar frio na noite de ontem: o chamado “orçamento impositivo”, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga o Executivo a liberar recursos para emendas dos parlamentares apresentadas ao Orçamento. Sem falar que ficará sob influência direta de Cunha e companhia a presidência de comissões consideradas porta de entrada para projetos de interesse do governo.


O cenário se agrava ainda mais pelo fato de o Planalto ter mobilizado ministros e aliados nas últimas semanas com o objetivo de minar a candidatura de Cunha, o que possivelmente se transformará em sequelas na relação. Já em seu discurso no plenário, o novo presidente da Câmara sublinhou esse mal estar. Disse que foi tratado não como adversário, mas como inimigo pelo PT. Motivos para isso até que eles tinham, afinal, Eduardo Cunha sempre foi um desafeto de Dilma. Foi ele, por exemplo, que mobilizou um “blocão” no ano passado responsável por duras derrotas ao governo.


O certo é que a vitória de Eduardo Cunha explicita o racha na base do governo e expõe para a presidente realidade já conhecida em anos anteriores: ela continua sem controle sobre sua base de apoio. Para um governo que precisa aprovar duras medidas para tentar colocar o País nos trilhos e ainda tem de enfrentar o escandaloso caso de corrupção na Petrobras, esse é o pior dos mundos. Nem o mais pessimista dos aliados imaginaria um quadro tão dramático. Agora, é esperar que o bom senso prevaleça,que a capacidade de diálogo do governo prepondere, e que a forte personalidade de Eduardo Cunha não interfira nas mudanças necessárias ao Brasil.

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