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O ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) e o deputado estadual Mauro Filho (Pros), aliados de outros tempos, vão se enfrentar pela vaga no Senado. Tasso na chapa de Eunício Oliveira (PMDB) ao governo. Mauro, que era um dos pré-candidatos do Pros ao governo, na chapa de Camilo Santana (PT), o escolhido do governador Cid Gomes (Pros) para tentar sucedê-lo.
Tasso, derrotado em sua tentativa de reeleição ao Senado em 2010 pela dupla apoiada por Cid – Eunício e José Pimentel (PT) -, declarou ontem que resolveu “voltar à luta” para participar de um “projeto maior”: enfrentar, segundo ele, a “ameaça à democracia” encarnada pelo PT no plano nacional e reproduzida em âmbito estadual pelo governo Cid.
“A gente vê hoje um partido que confunde governo com o partido. O partido é o governo. Essa é a grande ideologia dos Stalins e dos Hitlers da vida. À direita ou à esquerda. Tudo aquilo que interessava ao partido, mesmo que fosse mal para o país, era o que devia ser feito”, disse Tasso em discurso na sede estadual do PSDB, ao lado de Eunício, após a homologação de sua candidatura.
Tasso citou duas dessas “tentativas já reveladas” de se minar a democracia: o chamado controle social da imprensa e a instituição, por decreto da presidente Dilma Rousseff, de conselhos populares. “Conselhos que se sobrepõem ao Congresso. Conselhos não eleitos pelo povo, mas indicados pelo partido”.
Criticou ainda o desempenho de Dilma na condução da economia. “Uma administração péssima. Arruinou um momento da história econômica do Brasil inédito, porque tínhamos tudo para deslanchar e foi jogado fora. Voltou a inflação, as importações estão caindo, problemas na infraestrutura de energia”.
De novo os coronéis
No Ceará, de acordo com Tasso, a situação é parecida com a de 1986, quando ele concorreu ao governo pela primeira vez pregando o fim da era dos coronéis.
“Estamos vivendo coisa semelhante novamente, e pior. Porque naquele tempo eram três coronéis de famílias diferentes. Agora não. É concentrado numa família que forma uma oligarquia, que pressupõe ser dona do destino, da verdade e de todos os cearenses”.
Falando da violência no Estado, Tasso disse não vê mais famílias conversando em cadeiras nas calçadas. “Ninguém tem mais coragem de ir à rua. É todo mundo gradeado, trancado em casa. Isso não é normal”.
Palanque aberto não
Para Tasso, Eunício representa “um sopro de ar, uma coisa nova, uma mudança estrutural”, que poderá “abrir diálogo com as pessoas”.
Mas Tasso tratou de deixar clara uma divergência com seu colega de chapa. Para ele, não existe isso de “palanque aberto” para candidato a presidente, como disse Eunício, que, no domingo, afirmou que ainda votará na reeleição de Dilma.
“Meu palanque é fechado: eu voto no Aécio (Neves, do PSDB).”, disse Tasso ao chegar à sede do PSDB. Depois, durante o discurso como candidato, Tasso fez muitos rirem, incluindo Eunício, ao prenunciar uma virada total do peemedebista: “Embora ele (Eunício) não goste muito de ouvir isso, mas ele tá cada dia gostando mais, nosso candidato é Aécio Neves”.
Serviço
PSDB do Ceará:
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Fone: (85) 3462.4545
Saiba mais
Tasso vai concorrer ao Senado tendo o empresário Chiquinho Feitosa (DEM) na primeira suplência e o médico Fernando Façanha (PSDB) na segunda. Em 2010, derrotado ao tentar a reeleição ao Senado, Tasso disse que largaria a vida eleitoral para cuidar dos netos. Ele explicou ontem por que voltou.“Eu não poderia me sentir bem vendo as coisas acontecerem e depois de terem acontecido pensar: ‘Puxa vida, eu poderia ter ajudado e não ajudei para ficar no conforto da minha casa”.
Aécio elogiou Tasso durante coletiva ontem em Brasília para anunciar seu candidato a vice-presidente, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Tasso foi cogitado para o posto.”O meu palanque no Ceará, a partir de agora, é Tasso Jereissati. Temos um candidato ao Senado que tem uma aliança local com o senador Eunício, e isso já é absolutamente suficiente para que tenhamos expectativas de um ótimo resultado no Ceará”.
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