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APÓS CONDENAÇÃO DE LUIZIANNE 14/02/2014

"Barganha" de cargos é antiga, dizem vereadores após caso Luizianne

notícia 10 comentários
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Carlos Mazza carlosmazza@opovo.com.br
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Poucos dias após a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) ser condenada pela coação e demissão de terceirizados da Prefeitura para ganhos eleitorais, diversos vereadores de Fortaleza afirmaram ser “velha conhecida” do parlamento a barganha de cargos públicos em troca de apoio político. Difícil, no entanto, é encontrar quem admita ter sido beneficiado pela prática. Entre parlamentares da Capital, impera a máxima do “todo mundo faz, menos eu”.


“Todo mundo fala, a gente escuta muito boato, muito comentário. Isso vem lá do Governo Federal, até a Dilma divide o bolo entre partidos nos ministérios”, diz John Monteiro (PTdoB), que admite já ter escutado comentários sobre a existência de “grades” de vereadores para indicação de terceirizados na Prefeitura. Ele, no entanto, nega veementemente se beneficiar da prática. “Eu nunca precisei, nem quis. Nem meu pai, nem minha mãe, nem esposa, nem ninguém tem vínculo nenhum com gestão”, afirma.


A fala de John Monteiro foi semelhante ao discurso da maioria dos vereadores presentes na sessão de ontem da Câmara Municipal - a primeira após ser revelada a condenação da ex-prefeita. “Acho que é parte da política, para os governos tentarem ficar com o apoio de partidos. A própria Dilma tentou convencer Eunício Oliveira (PMDB) a não se candidatar ao governo do Ceará, oferecendo um ministério em troca”, afirma Ziêr Férrer (PMN) - que afirma“jamais” ter indicado servidores na Prefeitura.


Massa de manobra

Na edição de ontem, O POVO revelou decisão da Justiça Eleitoral que condenou Luizianne Lins pela demissão de terceirizados ligados a vereadores que não apoiaram Elmano de Freitas (PT) na eleição passada. Segundo o processo, os demitidos eram substituídos por pessoas da “grade” de aliados da petista. Advogado de Luizianne, Rodrigo Cavalcante alega não existirem provas que liguem a ex-prefeita a irregularidades, e classificou condenação como “mais política do que jurídica”.

 

Em sua decisão, o juiz eleitoral Josias Menescal “lamentou” o uso da máquina pública como “massa de manobra” e pediu que a Polícia Federal investigue a alegada existência das “grades” de vereadores na Prefeitura.


Apesar de admitir a existência do controle de terceirizados por “qualquer governo”, o ex-líder de Luizianne, Ronivaldo Maia (PT), nega coação ou demissão desses servidores. “Muita gente ligada a vereadores que atacavam a Luizianne continuaram na gestão até o final do governo”.

 

Saiba mais


Casimiro Neto (PP) “Todo governo tem cargos indicados, seja em secretarias ou o que for. E é natural que, nesses casos, se conte com uma parceria de quem indicou. Só não pode virar moeda de troca (...) eu não tivesse esse privilégio de indicar ninguém”


Antônio Henrique (Pros) ‘Naturalmente tem sempre pessoas que pedem oportunidade à gente, mas não é nada que fique amarrado, que fique como agrado a vereador A, B ou C. Comigo isso não aconteceu, mas boatos todos nós ouvimos, no geral”


Ronivaldo Maia “Existe indicação política sim, o Roberto Cláudio mesmo tem. Porque diabos vai negar? Agora, nunca ninguém foi demitido por apoiar quem quer que seja”

 

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espaço do leitor
Izidórioi 15/02/2014 15:50
Que isto sirva de exemplo para todos os candidatos, independente de qual partido seja, para que não obriguem as pessoas a fazerem o que não estar relacionado ao seu trabalho, com ameaças, humilhação e tirando o direito de escolha. Isto é para o bem da democracia. Escolher é uma opção, não obrigação.
Izidórioi 15/02/2014 15:47
Não adianta querer consertar um erro com outro erro. Esta prática de obrigar os terceirizados a votar e trabalhar de graça para o candidato da prefeita, foi descarada. Vi e comprovei, pessoas que eu conhecia, nas esquinas na hora do expediente segurando bandeira do PT. Para mim fez-se justiça.
Izidórioi 15/02/2014 15:42
Luciano, você tem toda a razão no seu comentário, o vício é grande. A justiça não consegue pegar todos, mas pegou uma que estava fazendo coisas erradas, portanto, merece ser punida pelos seus erros. Ladrão há muitos por aí, nem todos vão presos, mas aqueles que a polícia põe as mãos vão para cadeia.
professor 15/02/2014 11:52
A questão não foi beneficiar vereador A ou B, mas coagir os terceirizados a apoiar, fazer campanha e votar no poste, sob pena de demissão a quem não o fizesse.
marcosjfs 14/02/2014 19:49
Santinhos...KKKKKKKK
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