Olhos intensos e sorriso largo
1 Marina tem o sorriso fácil, foi minha primeira impressão. Perdoou nosso atraso imprevisto e não se importou em começar a entrevista enquanto almoçava no restaurante do hotel: “vou pegar a sobremesa, o que não é do meu feitio, mas comi pouquinho demais”.
2 Marina tem os olhos intensos, minha segunda descoberta. Grandes e luminosos, brilham quando conta sobre as andanças de seu pai na colônia africana ou a aventura que viveu com Clarice Lispector em busca de dona Nadir, uma cartomante do Rio de Janeiro.
3 Marina fica séria - muito séria - quando argumenta contra a ideia de que escreve para homenagear filhos e netos. Na pergunta seguinte, porém, derrete-se em gargalhadas sonoras e abertas. Escreveu na primeira página de um livro seu que levava comigo: “Jáder, amei nossa entrevista! Obrigada e um abraço”.
PERFIL
Nascida na colônia italiana da Eritreia, na África, a escritora Marina Colasanti, 78, %u018Dveio para o Brasil aos dez anos, quando o pai decidiu escapar de sua Itália natal, destruída pela Segunda Guerra Mundial. Oriunda de uma família com raízes artísticas, estudou Jornalismo e Belas Artes e trabalhou como redatora, colunista e ilustradora no Jornal do Brasil. É autora de 58 livros e vencedora de sete prêmios Jabuti, a mais importante premiação literária do País, incluindo dois troféus de Livro do Ano. É casada com o também escritor Affonso Romano de Sant’Anna.
Estante
Livros de Marina Colasanti
Mais de 100 Histórias Maravilhosas
Global Editora427 páginas
R$ 59
Breve História de Um Pequeno Amor
FTD48 páginas
R$ 30
Com Clarice
escrito em parceria com Affonso Romano de Sant’AnnaEditora Unesp
256 páginasR$ 35
PERGUNTA DO LEITOR
Iasmin Gonçalves, advogada
LEITOR - A senhora e o seu marido interferem na obra um do outro?
Marina- Interferimos o tempo inteiro, porque conversamos muito sobre o que estamos fazendo. Damos opinião, mostramos o texto e, sobretudo, quando o texto está pronto, o primeiro leitor é o outro, e ele tem direito a marcar e fazer anotações. Além do mais, somos dois copidesques, e eu sou o mais afiado. O Affonso foi copidesque no Jornal do Brasil, e eu era chefe de redatores. É bom passar pelo olhar do outro.
O POVO Online
Assista vídeo com Marina Colasanti lendo o conto Além do Bastidor e veja trechos da entrevista em
www.opovo.com.br/videos
As informações são de responsabilidade do autor:
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