O não de Antonio Câmara ao cargo vitalício que o governo ofereceu
Ingrid Coelho
ingridrodrigues@opovo.com.br
1 Antonio Câmara diz que uma vez a possibilidade de trocar a Assembleia Legislativa por um Tribunal de Contas lhe foi cogitada. Estranhamente, para acomodar o interesse do seu arqui-inimigo Júlio Rego, que estava indicado para uma vaga aberta no TCE, mas o governo de então temia que o nome fosse rejeitado pelos deputados.
2 Era o próprio Câmara uma das razões dos temores governistas, porque, líder informal de uma boa parcela de deputados, teria condições de articular contra a indicação. O que significaria derrotar o governo e um adversário político, a um só tempo. A saída pensada foi abrir uma segunda vaga e propor para ocupá-la o nome de Antonio Câmara.
3 ”Foi sugerido, mas recusei porque seria uma desmoralização pra mim deixar a condição de líder oposicionista para ocupar um cargo vitalício indicado pelo governo”, explica Câmara. No fim das contas. Júlio Rego terminou aprovado para o Tribunal de Contas do Estado sem maiores dificuldades.
NÚMEROS
20
ANOSFoi o tempo que Antônio Câmara permaneceu na Assembleia Legislativa
PERFIL
Antonio Gomes da Silva Câmara é de Tauá, onde nasceu em 4 de abril de 1938. Filho de magistrado, pertence a uma família de marcante atuação política na região dos Inhamuns e permaneceu entre 1975 e 1995 como representante do grupo na Assembleia Legislativa, cadeira que passaria depois para o atual conselheiro do TCM (e vice-governador) Domingos Aguiar Filho e que estará ocupada a partir do ano que vem pelo deputado eleito Odilon Aguiar. Formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), funcionário público concursado, atuou no INSS e na Advocacia Geral da União. Tem um filho e quatro enteadas como resultado de dois casamentos.
PERGUNTA DO LEITOR
Paulo Quezado, advogado e deputado entre 1987 e 1990
Pergunta - As novas tecnologias que mudaram a política, de que forma transformaram os parlamentos brasileiros, e o cearense em especial, quando se compara aquele nosso tempo com o de hoje?
Câmara - Quando exerci mandato parlamentar tudo, nesse plano, era bem diferente. Escrevemos uma Constituição quase que de forma artesanal. Tenho visto, atualmente, governantes e parlamentares discutirem sobre planejamento e execuções orçamentárias utilizando a cibernética mais moderna.
As informações são de responsabilidade do autor:
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