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Páginas Azuis 20/05/2013 - 10h25

Confira íntegra da entrevista com Nilma Lino Gomes

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O POVO- A senhora já conhecia Redenção antes de vir como reitora para a Unilab?
Nilma Gomes- Não. Eu sabia da universidade e sabia de Redenção pelo meu colega que foi o primeiro reitor Paulo Speller.Fomos colegas no Conselho Nacional de Educação. Quando cheguei ao Conselho, Paulo estava terminando a gestão dele na Câmara de Educação Superior e sempre falava da universidade e de Redenção. Mas não tinha vindo aqui.

OP- Para a senhora, qual o maior desafio para o processo de consolidação da Unilab?
Nilma- Não sei se teria o maior. Acho que o primeiro desafio é dar continuidade ao trabalho de instalação, de início da universidade, tão nova. Acho que meu grande desafio é dar continuidade e consolidar esse trabalho já iniciado pela gestão do professor Paulo Speller. Outro desafio é nesse processo é ir ampliando e aprofundando cada vez mais esse caráter internacional dessa universidade com os países de língua de expressão portuguesa, em especial os africanos, e com possibilidade de expansão. Nas mais diversas áreas da universidade: pesquisa, ensino, extensão e na própria relação dos professores com a pesquisa. Essa universidade nasce diferente de outras, já nasce com esse caráter de uma determinada forma de internacionalização, que está dentro dessa ideia da Cooperação Sul-Sul, a Cooperação Solidária Sul-Sul e isso é muito novo no Brasil.

OP- Qual o estágio de implantação dos campi da Unilab fora de Redenção?
Nilma- Em São Francisco do Conde, temos um prédio que foi cedido pela Prefeitura do município, já quase que em condições de começar a funcionar.Já temos lá funcionando a Educação a Distância na forma de especialização. Nosso grande desafio agora é implementar cursos presenciais, construir o corpo administrativo e o corpo docente dentro desse campus. Aqui, em Palmares (Acarape), está em processo de construção.

OP- Hoje, a Unilab tem oito cursos, incluindo o de extensão. Qual o plano de expansão da oferta de cursos?
Nilma - Esse ainda é um processo que vamos discutir melhor. Existe uma proposta de novos cursos para a universidade. Tem uma proposta para um curso de Medicina e,quem sabe, Veterinária. Mas a gente precisa de um processo mais coletivo de discussão interna, porque agora temos nossos institutos criados e muito recentemente foi aprovado o estatuto da universidade. Penso que nesse momento que estou agora, a gente tem como desafio seguir o estatuto. Complementando-o, e abrindodiscussões coletivas com as áreas e com os institutos. Discutindo as demandas que estão chegando e a própria capacidade que a universidade tem, neste momento, com seu corpo docente e com seu corpo técnico de abrir para novos cursos, dentro dessas novas áreas. Tem muito pouco tempo. Ainda não estou inteirada de todos os processos.

OP- No que diz respeito à escolha desses cursos, como as múltiplas realidades dos países africanossão levadas em conta?
Nilma- Na realidade, o próprio projeto pedagógico da Unilab já nasce com a ideia de fazer essa articulação. As demandas dos países, que são parceiros da universidade; e aí, os de língua de expressão portuguesa, em especial os africanos e também o Timor Leste. Essas demandas exigem uma discussão mais ampla com reitores das outras universidades, passam pelo próprio Ministério da Educação dos outros países e o nosso Ministério da Educação. E também demandas aqui da região, do Maciço do Baturité, do Ceará. Demandas internas e externas. Esses cursos que existem surgem de uma conjugação entre essa dimensão internacional e nacional.

OP- Quando a senhora olha para sua universidade, hoje, como analisa o trabalho em torno dessa integração de países cuja matriz está assentada na língua portuguesa, mas são tão diversos?
Nilma - Eu me reporto ao dia da posse do vice-reitor, quando estive pela primeira vez em Redenção e na Unilab. Estávamos no anfiteatro, então olhei e vi o público da universidade. Ali estavam professores, pessoas da comunidade, estudantes, técnicos administrativos e a sensação é de encantamento de ver uma diversidade tão grande no mesmo espaço, imbuídos de um projeto que é muito inovador. Quando penso essa diversidade – que é étnica, racial e cultural – estar presente na Unilab me encanta, me desafia. Acho que aqui, temos possibilidades de construirmos relações que podem ser profícuas entre os diferentes e as diferenças. Ao mesmo tempo, com pontos muito comuns. E compreender a complexidade que é a língua de expressão portuguesa, porque elaestá localizada historicamente em contextos muito diferentes. E aí, temos algo que nos aproxima que é comum, mas ao mesmo tempo temos particularidades muito intensas. O grande desafio é fazer uma convivência que seja acadêmica e também interpessoal, vivendo toda essa complexidade. Essa é minha sensação nesse primeiro momento.

OP-Como a senhora recebeu o convite para ser reitora da Unilab e o que a levou a aceitá-lo?
Nilma- Fiquei surpresa de o meu nome ser indicado pelo senhor ministro da Educação e pelo ex-reitor Paulo Speller. Senti-me honrada. Ao mesmo tempo, depois do choque, né? (risos), compreendi também que isso tem a ver com minha trajetória. Sou professora daUniversidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Junto com uma equipe de colegas, construí um programa de ensino, pesquisa e extensão chamado Ações Afirmativas da UFMG. Levamos os primeiros debates sobre essa discussão das ações afirmativas para o interior daquela universidade. Conseguimos ampliar mais a pesquisa sobre temática racial e estávamos ampliando para as temáticas africanas. Sou uma militante em prol da superação do racismo. Pedagógica e politicamente, eu atuo assim. Sou uma mulher negra que atua nas questões raciais. No Conselho Nacional de Educação, onde sou representante do Movimento Negro na Câmara de Educação Básica, também tenho uma atuação nesse tema. Minha surpresa foi porque não imaginava que meu nome pudesse estar sendo cogitado. Honrada porque é uma escolha. Significa que, dentre tantos nomes com competência para estar aqui, com todas as condições, meu nome foi o escolhido. Depois entendi que, para mim e para minha trajetória como mulher negra, pesquisadora e professora, mostra uma coerência que tenho nessa trajetória. Fiquei muito contente também porque recebi muitos apoios: do mundo acadêmico, do mundo da militância política, dos movimentos sociais...Nas redes sociais circulou muito.

OP- Como a senhora avalia os discursos em torno dessa questão racial e da afrodescendência no Brasil hoje?

Nilma
- Articulo à minha própria trajetória. Por mais que eu chame a atenção do meu reconhecimento, tem algo que acho que é próprio da história da população negra no Brasil. Ela não é uma trajetória individual. É coletiva. A indicação do meu nome ou do que eu possa vir a representar não é uma representação solo da Nilma, pesquisadora. Eu represento um coletivo étnico-racial. Acho que nós temos no Brasil, hoje, dado alguns passos no sentido de promover a igualdade racial. Estamos num momento em que há uma explicitação das tensões. Porque durante muito tempo não se falava. Parecia que era algo proibido se falar em superação do racismo, existência de preconceito. Construir oportunidades iguais para negros, brancos e outros grupos étnicos. Era quase que como você falava sobre isso, você estava manchando a imagem do País. Você não estava querendo ser democrata e construir a democracia; queria dividir a sociedade. E esse é um discurso que em alguns meios da mídia circulou muito em determinado momento. Até mesmo nos meios acadêmicos tivemos divisões em termos de pensamento, de compreensão e interpretação do fenômeno étnico-racial no Brasil. Mas penso que a gente está num momento em que, se essas tensões aparecem, se esses diversos discursos estão em disputa, é sinal de que a questão racial ocupa hoje,na cena política, e pública um outro lugar. Acho isso salutarpara a construção da democracia.

OP- O que a Unilab representa nesse contexto?
Nilma- A própria existência da Unilab no Ceará, em Redenção, já é um marco para falar: “Olha, o Brasil tem uma outra forma de pensar a questão racial, não só aqui”. Mas de pensar também a relação do Brasil com o continente africano. Sabemos que, muitas vezes, as práticas de racismo que acontecem na sociedade brasileira têm a ver com uma representação muito negativa do continente africano. E uma ignorância, inclusive. Total ignorância sobre o continente africano. Da sua história, riqueza, luta dos seus povos, orientações políticas mais recentes, e escolhas dos seus governantes. Nós temos hoje um desconhecimento e precisamos conhecer mais. Precisamos saber mais, porque é uma forma de superar preconceitos. Porque, às vezes, os preconceitos são gerados pela própria ignorância. Eu ignoro sobre, aí preconcebo uma ideia e passo a generalizá-la para todo mundo. Acho que o papel da universidade nesse caso, a própria existência dela, a produção do conhecimento que pode ser desenvolvida aqui na universidade é um outro fator importante. Penso nas relações que ela vai construir com a comunidade local, com o próprio Brasil, com o Ceará. E essa relação internacional dentro de uma ideia de cooperação solidária, internacional Sul-Sul. Acho que ela tem todos os elementos para contribuir com essa discussão.

OP- No que diz respeito às políticas afirmativas sobreas populações negras no Brasil, já é possível mensurar os efeitos dessas ações?
Nilma- Elas são muito recentes. Não sei se dá para mensurar, mas acho que dá para fazer algumas reflexões sobre esse processo. Você tem hoje uma discussão muito intensa. Estamos completando dez anos desde que a alteração da Lei de Diretrizes e Bases foi sancionada pela Lei 10.639 de 2003, que é o ensino de história e cultura africana, nas escolas de educação básica. É claro que é uma implementação irregular se formos pensar assim, porque o ideal seria que, depois de dez anos, pudéssemos falar assim: “A educação básica avançou de norte a sul nas escolas públicas e privadas em relação a essa temática”. E nós não podemos dizerque avançamos na totalidade. Por isso que digo que é uma implementação que ainda acontece de forma irregular em algumas redes de ensino e regiões do Brasil. Mas uma coisa é certa: desencadeou uma discussão. Desencadeou produção de pesquisa, de material didático e material literário. Trouxe questionamentos para formação de professores. Vem estimulando uma discussão um pouco mais ampliada sobre a questão africana. Há uma movimentação acontecendo. Na educação superior, temosuma lei de cotas que hoje vale para as instituições federais de ensino.

OP- A senhora considera que a negação das questões raciais pela sociedade brasileira impediu que as decisões afirmativas fossem tomadas há mais tempo?
Nilma- Tem sim um processo de negação do racismo na nossa sociedade. Vivemos o que toda literatura que trabalha com o tema aponta: um discurso de que todos nós somos muito democráticos. De que temos a democracia racial no Brasil. E esse tipo de discurso, essa representação mítica traz uma negação das reais condições da população negra na sociedade brasileira. Acho que esse é um processo de quando se falava que precisava dar destaque e agir afirmativamente em relação à população negra na área da educação superior, do trabalho, da saúde, parecia que a gente tava ferindo, de alguma forma, algo que parecia ser um consenso nacional. Por outro lado, a sociedade brasileira, na discussão da temática racial, sempre foi acompanhada de demandas históricas do movimento negro. Nos meus estudos e pesquisas,costumo falar que o movimento negro brasileiro pode ser considerado um articulador, um sistematizador e um organizador de saberes que foram sendo construídos pela população negra ao longo da História. Esse movimento reeduca a si mesmo e reeduca a sociedade no debate da questão étnico-racial. Acho que aí você vai tendo outros legados da luta antirracista. Você vai ver que existem outros movimentos sociais como o movimento de mulheres, movimentos LGBT, movimentos sociais do campo e que começam a introduzir a pauta da luta antirracista como pauta de luta. Por isso, falo do papel de reeducar a si mesmo, reeducar a sociedade. Aí vai acontecendo um amadurecimento da própria sociedade brasileira em relação a esses temas. Sempre com tensões. Essa é uma discussão que vai trazer conflitos, que mexe com subjetividades. Mas isso é próprio da dinâmica social. A questão étnico-racial faz parte da dinâmica social. É próprio das sociedades que estão amadurecendo e que estão lutando para construir democracia que se articule com equidade.

OP-Quando a senhora se descobriu negra?
Nilma- Acho que eu sempre soube (risos). Por que sou de uma família do interior de Minas Gerais. Uma família negra que sempre se viu negra. Fui educada para ter orgulho de quem eu sou. Meu pai era um líder comunitário. Já falecido. Tenho muita lembrança do meu pai lutando por melhoria do bairro, por água, ônibus. Um homem negro muito digno. Meu pai tinha uma indignação com qualquer forma de injustiça. Minha mãe, viva até hoje, foi bordadeira, uma mulher muito sábia. Eu venho de uma família em que nós sempre nos víamos negros, convivemos com parte da família que é negra. Sempre fui criada como mulher negra, uma menina negra. O que eu descobri fora desse aconchego familiar foi o racismo! Foi diferente.

OP- E como foi que a senhora descobriu?
Nilma- Foi traumático, porque foi na escola. O que me lembro, foi na escola, logo que entrei, nos anos iniciais, na primeira série. Até já escrevi sobre isso. Tenho um livro sobre a questão de corpo e cabelo como símbolos da identidade negra, que foi minha tese de doutorado, Foi justamente com o contato com a minha estética. Foi uma colega que fez uma intervenção comigo, ela me xingou de “cabelo de bombril”. Foi o primeiro xingamento racista que ouvi. É um xingamento racista, mesmo que seja na boca de uma criança, por que ela aprendeu isso em sociedade, a ver o outro dessa forma. Ela reproduziu isso. Lembro que foi o primeiro choque que tive, porque nunca tinhaouvido nenhuma referência negativa ao meu cabelo! Lembro que cheguei em casa e levei isso pra minha família. Minha família reage, vai à escola. Comecei a perceber que meus outros colegas negros recebiam xingamentos, esses e outros. Fui compreendendo que a vida não é só a minha família (risos). Fui entendendo que eu tinha que aprender a me defender também. O que o racismo ensina para as pessoas de um modo geral, nós negros em específico, quando colocam sua corporeidade em xeque como se fosse algo inferior. E da corporeidade vai o seu ser como um todo. E isso é muito duro. Sobretudo na infância, porque é onde aprendizados começam a acontecer. Quando adultos, aprendemos a nos defender, uns mais, outros menos. Mas a criança está em processo de formação. Daí, penso sempre na importância da escola. Sobretudo da escola de educação básica, de trabalhar no sentido de construir sim, uma discussão que seja referência para a superação de racismos e preconceitos de qualquer ordem.

OP- Suas experiências de vida influenciaram de forma definitiva suas preocupações acadêmicas. Como isso se deu?
Nilma- Pela minha vivência mesmo.Minha família negra. Depois,por experiências que comecei a viver como professora da educação básica. Sempre fui professora. Só sei ser professora (risos). Logo que me formei, comecei a trabalhar. Fiz concurso para a rede pública.Desde então, sou professora da rede pública. Tive um pequeno período em que trabalhei no público e no privado. E comecei nesse momento a perceber diferenciações. Não só em relação a mim no tratamento. Era uma escola privada de médio porte. Tive que reeducar os alunos a ter uma professora negra atuando nessas turmas de ensino fundamental. E também atuava numa escola pública onde uma grande maioria dos meus alunos eram negros. Eu era diferente num espaço e era igual em outro. Isso tudo mexeu muito comigo. Conversando com um professor da pós-graduação, eu colocava essas questões para ele, colocava também para uma colega. E as pessoas falavam que esse era um tema que precisava de mais investigação. Era no final dos anos 80, começo dos anos 90, nós não tínhamos a produção que temos hoje sobre relações raciais na educação e em outras áreas. Então, me senti instigada. Era um momento que tínhamos poucos pesquisadores negros que falavam sobre as questões raciais. Como educadora e como mulher negra, falei: “Acho que tenho que uma responsabilidade acadêmica e política”. E comecei a pesquisar sobre professoras negras. Foi meu primeiro trabalho. Fiz um trabalho com a trajetória de mulheres negras professoras e a relação delas com o debate racial e com as crianças, como isso acontecia. Daí, não parei mais.

OP- Como lidar com o racismo entre a população negra?
Nilma- Sempre que me perguntam isso, chamo atenção para uma questão: o racismo é um fenômeno que prejudica todos nós: negros, brancos, indígenas. E para compreender como uma pessoa que é negra pode desenvolver um preconceito contra si mesmo e contra o seu grupo, é o maior exemplo da perversidade do racismo. Como esse fenômeno consegue ser tão estrutural na nossa sociedade e, ao ser estrutural, ele se torna estruturante das nossas relações. E isso impregna na nossa própria subjetividade, que é possível que, quando se está num lugar com referências muito negativas em relação ao seu próprio grupo étnico-racial, é possível que essa pessoa também desenvolva esse mesmo sentido. Por isso que as políticas afirmativas e a afirmação das identidades são importantes. Porque você pode construir um outro ambiente social, outras representações positivas que vão disputar com as representações negativas que estão em curso. Subjetividades inconformistas e rebeldes são aquelas que se indignam com as injustiças, com preconceitos. Acho que vale para a população negra e para a população branca. Mais do que prestar atenção no fato de uma pessoa negra que discrimina uma outra pessoa negra, é entender qual o fenômeno perverso na nossa estrutura que educa as pessoas desse jeito. E mais: se elas são educadas assim, podem ser reeducadas de outra forma, e a ver seu próprio grupo étnico-racial de uma outra forma.

OP- Queríamos insistir com essa questão das representatividades culturais presentes naUnilab. Alguns dos países africanos aqui representados estão às voltas com relevantes problemas envolvendo a violência contra a mulher. Como é que essas questões são tratadas dentro do espaço da Unilab?
Nilma- Ainda não posso te falar muito bem como essas questões estavam sendo tratadas. Posso dizer que estou atenta.

OP- Elas não preocupam a senhora?
Nilma- Sim. Preciso ver que questões surgem aqui dentro. Elas aparecem aqui? Se elas aparecem aqui, de que forma? Pra compreendê-las, tem que compreender os diferentes contextos culturais históricos de onde os estudantes vêm e entender o nosso contexto cultural histórico. Porque também temos uma violência cultural enorme contra as mulheres no Brasil. Podemos não ter a mutilação do clitóris, mas temos violência contra a mulher que basta ver nas delegacias de mulheres que existem, ou nas pesquisas feitas. Temos que compreender quem somos nós também, o que fazemos. Para pensar algumas alternativas e aí também produção do conhecimento, a realização de pesquisas, contato com outros pesquisadores e pesquisadoras. Abertura para diálogo com diferentes movimentos sociais. Eu colocaria como perspectiva. Mas não posso dizer como isso acontece na Unilab.

OP- A Unilab também tem um papel importante no Maciço. Inclusive com treinamento de professores. Você já conhece um pouco dessa realidade educacional local? Que tipo de projeto a Unilab desenvolve hoje entre as escolas de educação básica do Maciço?
Nilma- O que eu já conhecia aqui é um trabalho do Observatório da Educação,articulado entre a Unilab e professores da Uece (Universidade Estadual do Ceará). Fui assistir a uma apresentação da pesquisa que eles estão fazendo aqui no Maciço, na área da gestão. Sobretudo com gestão educacional. Aí me deu um pouco o quadro das necessidades que existem. Inclusive surgiu proposta de aprofundar mais a formação com gestores dirigentes de escolas e também com professores na temática da educação em várias áreas. Temos aqui bolsistas (do)Pibid (Projeto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) que atuam no ensino fundamental e no ensino médio, junto às licenciaturas. Que têm um trabalho de articulação e fortalecimento de professores da educação básica, eu mapeei a existência de projetos aqui. Me dá um quadro de que, na região, as questões educacionais necessitam de um investimento, de uma parceria com a universidade para aprimoramento das questões educacionais. Acho que esse é um papel da universidade. Esses projetam já começam e a minha ideia é de aprofundar, ampliando para novos projetos também. Minha ideia e a do vice-reitor, Fernando (Afonso Ferreira), é de que isso possa ser em diálogo com a própria comunidade. Para a universidade pensar seus projetos, sobretudo se são projetos ligados à comunidade, extensão ou mesmo que seja pesquisa envolvendo a comunidade, tem que saber do que aquela região onde a universidade está necessita. Você atende demandas e necessidades concretas. Aí a universidade pode trazer novas proposições. Pode até ser que, naquele momento, não sejam pensadas necessariamente, mas pelo que a universidade analisa, pelo que as pesquisas vão mostrando, pelo envolvimento dos professores e da própria gestão. Vão mostrando que existem certas áreas que podem ser trazidas para o debate, para a realização de trabalhos outros conjuntos. É um pouco da visão que eu tenho. Imagino que o nosso trabalho é um pouco por aí.

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Claudia Camilo 24/03/2015 13:31
Obrigada pela otima Entrevista. E Joceny obrigada pela nota observatória. Parece que Ivete é primeira reitora de Universidade Estadual e Nilma de Universidade Federal.
Claudia Camilo 24/03/2015 13:30
Obrigada pela otima Entrevista. E Joceny obrigada pela nota observatória. Parece que Ivete é primeira reitora de Universidade Estadual e Nilma de Universidade Federal.
Claudia Camilo 24/03/2015 13:30
Obrigada pela otima Entrevista. E Joceny obrigada pela nota observatória. Parece que Ivete é primeira reitora de Universidade Estadual e Nilma de Universidade Federal.
Joceny de Deus Pinheiro 20/05/2013 23:48
Muito boa a entrevista, mas uma colega me alertou para o nome de Ivete Sacramento, ex-reitora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). É importante fazer essa correção, pois já há algum tempo se falava de Ivete Sacramento como 'a primeira reitora negra do país'.
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