[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Ponto de cultura | Páginas Azuis | O POVO Online
30/07/2012

Ponto de cultura

"Estou com 65 e ainda estou estudando o boi"
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A pequena casa de Zé Pio foi reformada, ganhou um segundo andar (onde eles moram hoje) e teve o térreo transformado em sede oficial do Boi Ceará, assim como do Reisado Nossa Senhora de Fátima e do Cordão Guerreiros Brincantes, depois dele ganhar um edital do Ministério da Cultura para transformar o local, localizado nas Goiabeiras, entre a Barra do Ceará e o Pirambu, em Ponto de Cultura. Uma retângulo pintado em uma das parede do recinto registra os créditos governamentais.

 

3 anos

MENINO

Zé Pio começou a brincar de Bumba-meu-boi menino novo ainda

 

2005

MESTRE

Neste ano Zé Pio recebeu oficialmente o título de Mestre da Cultura

 

Perfil

José Francisco Rocha, nasceu em Fortaleza, no dia 4 de dezembro de 1946. Perdeu o pai aos 3 anos, mesma idade com que começou a brincar o bumba-meu-boi. Seguindo os passados do padrasto, à revelia da vontade do novo marido de sua mãe, tornou-se pescador, profissão que exerceu por quase toda a sua vida. Os bois em que participou e os outros tantos que criou foram sempre um lazer e uma paixão, até que veio o reconhecimento oficial da Secretaria da Cultura do Ceará em 2005, quando recebeu o título de Mestre da Cultura. De lá pra cá, fez da manifestação artística uma de suas principais ocupações e viu o filho Kiliano, o caçula de 8 rebentos, tomar gosto pelo ofício. Hoje, aos 65 anos, vendendo saúde e bom humor, nem pensa em largar as festas populares

 

Dona Lúcia, casada há 37 anos com Zé Pio, mãe dos 8 filhos com ele, acompanhou toda a entrevista de perto.


Entre a cozinha e um tamborete no pé da parede, riu de várias das histórias do marido.

 

Dona Lúcia achou graça até quando este relembrou os tempos de gigolô de Janete e a briga, segundo ele, das duas para ver quem ficava com o rapaz.


O filho Kiliano, de 25 anos, sentado em frente a um computador ali perto, também ouviu a conversa de banda e ajudou o pai quando a memória faltou.


Ao final da entrevista, Zé Pio fez questão de mandar um abraço e um “cheiro no cangote” para a Mestre Dina, vaqueira de Canindé, também contemplada com o título de Mestre da Cultura pela Secult. 

 

E enredou repórter e fotógrafo em uma série de perguntas de duplo sentido.: “Vamos dizer que você é um pombo e tá lá comendo millho, aí chega uma ruma de pombas do seu lado. Quantas pombas você come?”,


Pergunta do leitor


Por que o senhor mudou o nome do seu Boi pra Boi Ceará??

Zé Pio - Depois que eu fiz a matança do Boi Juventude, em 2005, dei o Boi pro meu irmão. Aí eu fui na Dona Guiomar, a esposa do Mestre Assis, cheguei lá e pedi o nome do Boi pra resgatar a cultura do Boi Ceará e ela me deu com o maior prazer. Ela me deu só o nome, que boi, tudo, ema, burrinha, jaraguá, já tinha se acabado tudo. Hoje o Boi Ceará é do Mestre Zé Pio, mas não só do mestre. O Bumba-meu-boi Ceará é da comunidade, que eu não posso brincar no Boi só. Apenas o mestre Zé Pio tem uma sede e tem boi, tem ema, burrinha, tem cadeira, tem computador, isso tudo que nos ganhamos pra manter a cultura e isso é da comunidade.

 

Oswald Barroso, pesquisador da cultura popular

 

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