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Este turbulento ano de 2016, não sem razão, vem sendo lembrado por muitos como um “annus horribilis”. A expressão latina é usada para denominar um “ano horrível”, em contraposição a um “annus mirabilis”, que significa “ano maravilhoso”.
A expressão foi utilizada pela Rainha Elizabeth II, em um de seus pronunciamentos aos súditos. O ano era 1992 e a monarca se referia a um conjunto de circunstâncias e fatos marcantes, como a dissolução dos casamentos de três dos seus filhos e o recente incêndio no Castelo de Windsor, um dos mais antigos do mundo e sua propriedades preferida, localizada nas cercanias de Londres.
Visto sob uma perspectiva histórica, por certo, aquele não terá sido o pior dos anos na vida da rainha e dos ingleses mas, à luz do presente, então em curso, assim parecia. Tal é o sentimento que nos acomete neste final de 2016, pleno de dificuldades e surpresas desagradáveis. Com a rainha, não poucos repetiriam: “Suspeito que não estou sozinha em pensar isso.
Na verdade, suspeito que existam muito poucas pessoas ou instituições que não foram afetadas pelas turbulências e incertezas dos últimos meses em todo o mundo.”
Nesses “tempos líquidos”, as crises institucionais e entre os poderes da República invadem nosso cotidiano, se espalham pela imprensa falada e escrita e são compartilhadas nas redes sociais. A política rouba a cena em um contexto onde, surpreendentemente, a vida real parece ganhar cores e contornos mais dramáticos que as novelas, passatempo antes favorito de um incontável número de brasileiros. Agora, não. Os escândalos no Congresso, a Lava Jato, se tornaram o assunto de todos as conversas. Não dá mais para ignorar que o país está atravessando um dos mais duros testes de sobrevivência da história de sua ainda jovem democracia. O que virá depois? É o que nos perguntamos.
Nesta última “opinião” do ano, desejo que 2016 fique para todos como uma experiência plena de lições e ensinamentos. Que este processo doloroso vivido até aqui contribua para o país passar-se a limpo e iluminar o fim do túnel. Que não apenas possamos sobreviver, como nos reerguermos da vertiginosa queda na economia nacional. Que a política renasça das cinzas e nossos representantes no Legislativo façam jus ao voto de seus eleitores. Que os brasileiros possam, outra vez, confiar. Porque, afinal, merecemos voltar a sonhar e acreditar que um “annus mirabilis” por fim há de brilhar.
Sofia Lerche Vieira
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