Pedi emprestado o trecho da música da Nação Zumbi para ajudar neste debate. Faz pouco que a arte feita no computador passou a ser considerada arte. Mesmo quando conseguia se superar em qualidade, ainda assim era sempre menos valorizada que trabalhos feitos à mão. Agora não: a expressão artística digital propõe novos caminhos estéticos e dá sinais que veio pra ficar.
Desde que o homem começou a se expressar com desenhos nas paredes das cavernas, a arte nunca passou por tamanha revolução. O computador na criação artística faz músicas, cinema, jogos, animações, design, pinturas, gravuras e instalações.
Hoje o artista não precisa mais esperar ser descoberto e mendigar espaço nas galerias. A tecnologia é nova ferramenta de criação e muito mais. Passa pelo fazer coletivo, pelo compartilhamento, consumo e pelas fantásticas possibilidades de interação. Jovens artistas ganham seguidores e até conseguem sobreviver graças às redes sociais.
Esses dias, vi com surpresa a fan page de uma artista carioca que acompanho, Glória Helal, que começou a publicar suas criações na rede. Logo ela que nem sabe usar os recursos do celular. Tradicional, desenha tudo à mão com nanquim. Me contou que agora finaliza, publica e comercializa suas artes pela web.
Outro sinal dos tempos são as galerias digitais que têm espaço físico, mas operam no mundo virtual. O cliente escolhe uma pintura pelo computador, busca por tema, por artista, cor predominante, formato de paisagem ou retrato, tamanho, imprime na hora em papel fotográfico ou tela e sai da loja com um quadro emoldurado. As obras são originais, assinadas pelos artistas, com preços acessíveis, rapidez e comodidade.
Arte prática, comercial, sem originalidade? Vá dizer isso para quem, antes de usar o lápis, aprendeu a digitar no celular. Os novos talentos usam o mouse em vez de pincel, tintas e espátula. Enquanto os conservadores acham que a produção digital não é nem digna de ser reconhecida arte, seu potencial subversivo, interativo, contemporâneo promete revelar novas dimensões estéticas para as manifestações artísticas.
Luiz Viana
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