[an error occurred while processing this directive] Incontinência urinária, uma epidemia silenciosa | Opinião | O POVO Online
artigo 14/03/2016

Incontinência urinária, uma epidemia silenciosa

notícia 0 comentários

SAÚDE

Ir ao banheiro a cada meia hora, dormir mal, usar fraldas, evitar roupas claras, esportes de alto impacto e sexo são algumas das inconveniências para a mulher que tem incontinência urinária. Exclusão, redução das atividades e da autoestima também são consequências. Essa incontinência tem evolução insidiosa. Sorrateiramente, modifica a rotina de 40% das mulheres de 50 a 89 anos. E este número deve dobrar em 30 anos. Portanto, é um sério problema de saúde pública.

Se a perda ocorre ao tossir, espirrar, correr, chamamos de incontinência urinária de esforço. Tem-se alteração na musculatura do assoalho pélvico, que suporta bexiga, útero e reto. Pode decorrer de traumatismos e lesões de partos normais complicados. A gravidez por si só, mesmo com cesárea, geraria mudanças permanentes nessa estrutura. O envelhecimento e a atrofia muscular também afetam a continência, então, mesmo quem nunca engravidou pode desenvolvê-la.

A incontinência de urgência é o desejo incontrolável de ir ao banheiro. A bexiga não relaxa. Contrações involuntárias causam perda de urina. Há drogas orais indicadas, mas com efeitos colaterais, custos e potenciais complicações. A fisioterapia do assoalho pélvico é mais efetiva, sem contraindicações. Pode ainda involuir este processo, sendo primeira escolha nos casos mais leves.

O médico uroginecologista diagnostica a incontinência após consulta e exame físico genital. O estudo urodinâmico simula os sintomas e detecta as contrações não inibidas. Se há perda por esforço, a cirurgia de Sling pode ser necessária. É minimamente invasiva, com pequenas incisões e melhores resultados. Insere-se uma prótese abaixo da bexiga para restabelecer o suporte vesical, impedindo a “queda da bexiga”. Muitas vezes com anestesia local, alta hospitalar precoce e resultados imediatos.

Na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da UFC/Ebserh, temos um setor de Uroginecologia, com assistência, pesquisa e ensino nessa área. Referência pelo SUS, nessa atenção multidisciplinar, realizamos 45 consultas semanais e até 30 cirurgias por mês.

Tabus escondem as queixas urinárias, às vezes consideradas normais da idade ou da mulher. A incontinência destrói autoestima, relacionamentos e bem-estar. É uma epidemia mundial silenciosa. Por isso, médico, fisioterapeuta, enfermeiro e psicólogo, todos são importantes na assistência em uroginecologia e disfunções do assoalho pélvico feminino.

Leonardo Sobreira Bezerra

leosobreira@uol.com.br
Médico uroginecologista; supervisor da Residência

Médica em Ginecologia e Obstetrícia da Maternidade Escola Assis Chateaubriand da UFC/Ebserh

espaço do leitor
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro a comentar esta notícia.
0
Comentários
500
As informações são de responsabilidade do autor:
  • Em Breve

    Ofertas incríveis para você

    Aguarde

Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje

Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object

ACOMPANHE O POVO NAS REDES SOCIAIS

Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo

Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>