[an error occurred while processing this directive] Mulher, identidade e empoderamento | Opinião | O POVO Online
artigo 05/03/2016

Mulher, identidade e empoderamento

Por meio da minha participação nas ações socioculturais que a Cia. Bate Palmas realiza, reconheci-me como mulher negra, jovem e da periferia
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Ser mulher é ser forte e sensível, é desdobrar-se no trabalho e nos afazeres de casa, é lutar pelos seus direitos de igualdade de gênero e conquistar seu espaço na sociedade, é enfrentar o machismo no dia a dia, é ter o direito de usar a roupa que quiser sem sofrer assédio no ambiente de trabalho ou na rua. É saber que você própria é dona de sua vida e de seu corpo. Ser mulher é ser livre.

Ao fecharmos os olhos e procurarmos definir o que é ser mulher, encontraremos muitas facetas: mulher avó, mulher mãe, mulher filha, mulher amiga, mulher companheira. Essas mulheres, para além de desempenharem uma atividade no meio público, cuidam da educação dos filhos e acumulam afazeres domésticos. Força, coragem, sensibilidade, gentileza, ousadia e beleza são alguns adjetivos comuns às mulheres e deveriam ser aplicáveis a todos os seres humanos. Isso mesmo, aos seres humanos, pois independente de qualquer diferença de gênero, identidade sexual, cor, religião ou classe social, somos multiplicidade, somos diferenças e nisso nos tornamos iguais.

Por muito tempo, até mesmo nos “dias atuais”, a mulher foi e continua sendo limitada no seu modo de ser e de agir, por diversas razões e em vários setores e atividades. É algo decorrente do machismo fincado culturalmente na sociedade. A violência contra a mulher durante todos esses anos vem privando-a de ser quem ela é, de viver de acordo com sua vontade, seus sonhos e desejos. Mas sabemos que tudo está em constante transformação, que somos seres que questionam a vida, o mundo e principalmente aquilo que incomoda.

Felizmente, após séculos de submissão, a mulher luta por seu reconhecimento e participa diretamente do processo de crescimento de um novo ser, conquistando o seu espaço no meio social e fazendo surgir uma nova história, na qual é inserida como protagonista, como ser que se abre em múltiplas possibilidades: o ser do sexo feminino, a mãe, a procriadora, a profissional, a intelectual, com talento e capacidade para produzir. Além disso, permite-se manter-se integrada ao mundo, contribuindo com o seu potencial criativo e com o seu conhecimento que se ampliam e se atualizam a cada dia.

Por meio da minha participação nas ações socioculturais que a Cia. Bate Palmas realiza, reconheci-me como mulher negra, jovem e da periferia, capaz de realizar trabalhos ligados à música e à arte-educação. Esses trabalhos fizeram-me reconhecer minhas origens, assumir minha identidade como mulher e compreender melhor o meu papel no mundo. Fizeram com que ultrapassasse as fronteiras do Conjunto Palmeiras, visasse a uma perspectiva de futuro mais além e buscasse uma formação acadêmica. Hoje, cursando o segundo semestre de Pedagogia, pretendendo especializar-me em Arte e Educação.

A partir deste processo, sou hoje capaz de reconhecer e lutar pelos meus direitos e de multiplicar todo o conhecimento adquirido, tornando-me uma referência para outras mulheres dentro da comunidade.

Kassia Oliveira

anakassiaoliveira@bol.com.br

Coordenadora do projeto Palmerê, no Conjunto Palmeiras,
arte-educadora e membro do Conselho de Leitores do O POVO

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