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HISTÓRIA
Recentemente, a Comissão Nacional da Verdade, uma política de Estado criada para averiguar as violações do próprio Estado durante a ditadura (1964-1985), publicou seu relatório final. Em cerca de 3.400 páginas, além de uma boa aula de história, a publicação divulga uma lista de 377 agentes violadores, dos quais mais da
metade ainda estão vivos, e uma série de recomendações para os entes federativos cumprirem políticas públicas com objetivo de prevenir violações de direitos humanos e assegurar a não repetição.
A recomendação 28 do referido documento cita a necessidade de
“promover a alteração da denominação de logradouros, vias de transporte, edifícios e instituições públicas de qualquer natureza, sejam federais, estaduais ou municipais, que se refiram a agentes públicos ou a particulares que notoriamente tenham tido comprometimento com a prática de graves violações”.
Neste exato momento, o Estado cearense está descumprindo essa recomendação. Nós, cearenses, somos vergonhosamente proprietários do maior mausoléu do Brasil e, eu arrisco a dizer, da América Latina a homenagear um ditador. O Mausoléu Castelo Branco, referência ao primeiro golpista da ditadura, localizado na
av. Barão de Studart, faz referência a uma figura responsável por instalar o regime militar mais longo e sanguinário da nossa história.
A prática de homenagear “personalidades” comprovadamente criminosas é uma maneira de perpetuar os abusos cometidos em décadas passadas. Ao contrário do que fez a Alemanha com o nazismo e a Argentina ou Chile com suas ditaduras, o Brasil ainda passa por uma fase incipiente de desvelamento do período autoritário.
No entanto, não só o próprio Estado, mas organizações da sociedade têm lutado pela necessidade de se mudar esse quadro apagado do esquecimento. Aqui em Fortaleza, os “Aparecidos Políticos”, um grupo de arte e política, vem questionando essa memória branca – ou vermelha – dos anos de chumbo, para trazer cor aos acontecimentos da história. Em recente ação, realizaram um levantamento de mais de 35 espaços de Fortaleza que homenageiam agentes ligados às violações.
É por isso que hoje, 28, a partir das 10 horas, lançam, no Memorial da Resistência, na Secretaria de Cultura de Fortaleza, um mapa com a lista desses locais, junto a um DVD, com filmagens de ações feitas pelo coletivo a serem distribuídos, gratuitamente, para escolas da rede pública de ensino.
Alexandre de A. Mourão
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