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“Marechal Deodoro? Sei não, minha filha. Faz tempo que saí da escola”. “Proclamação da República? Aí eu sei... Foi dom Pedro, né? Não, não. Foi o marechal Deodoro”. E ri alto. É assim que o aposentado Leonir Lima do Amaral, 76, cheio de conversa, responde à indagação sobre quem foi aquele que dá nome à rua onde mora há sete anos. Enquanto isso, o comerciante Marcos Ivan Peixoto, 55, espia a conversa e dispara. “É marechal Deodoro da Fonseca. Proclamou a República. Depois disso, mudou muita coisa, aumentaram os corruptos”, brinca.
A rua Marechal Deodoro é pequena. Mas homenageia um momento histórico importante para o Brasil: a Proclamação da República, comemorada hoje com feriado nacional. A via fica entre duas movimentadas avenidas - Eduardo Girão e Domingos Olímpio. E corta um dos bairros tradicionais da Capital, o Benfica. A personalidade a que se refere liderou a instituição da República no País, quando o Brasil deixou de ser administrado por imperadores e passou a ser governado por presidentes. O personagem em questão foi, inclusive, o primeiro presidente do Brasil.
“Tem gente que não sabe nem que dia é amanhã (hoje)”, responde o técnico eletromecânico, Carlos da Silva, 52, com orgulho de saber quem foi o marechal. “O nome era marechal Deodoro da Fonseca. Ele proclamou a República. Sei que mudou o regime”. Como estudou até o “2º grau faz muito tempo”, teve dificuldade de puxar da memória mais informações. Foi logo, então, prosseguindo com as experiências vividas. Para não deixar a conversa esmorecer. “Tinha uma estátua dele na Bezerra de Menezes. Era um escultura de bronze”.
Se os mais velhos tiveram dificuldade de lembrar, quem estava com a memória “fresquinha” disparou de uma vez. “Marechal Deodoro participou da Proclamação da República. No dia 15 de novembro de 1989”, foi a resposta do estudante Anderson Tabosa Silva, 18, que faz o 3º ano do ensino médio em uma escola na rua que recebe o nome do militar. O colega de sala e de mesmo nome, com o sobrenome Alves dos Santos, 17, até ressaltou uma vantagem do novo momento histórico. “Na República, o governo não é centralizado”.
Outras homenagens
No restante da Fortaleza que, muitas vezes, esquece de ressaltar a memória histórica que abriga, outros locais relembram o feriado de hoje. No mapa, há duas pequenas ruas chamadas rua da República. A avenida Rui Barbosa, na área nobre da Cidade, faz referência ao ministro da Fazenda do governo de marechal Deodoro. A agitada Floriano Peixoto, no Centro, recebe o nome do segundo presidente do País. As homenagens mais expressivas, no entanto, fazem referência ao Império.
Exemplos são os monumentos de Dom Pedro II, General Sampaio e General Tibúrcio, no Centro. E vias como a avenida Imperador, rua Princesa Isabel, rua Tereza Cristina e rua General Sampaio.
Para o professor de História André Rosa, isso não indica que há uma valorização maior ao período em que dom Pedro I e dom Pedro II administraram o Brasil. “É uma homenagem mais à pessoa do que ao próprio período histórico. Carapinima e Padre Mororó (que dão nome a ruas no Centro) apareceram no período imperial, mas têm ideais republicanos”, justifica.
Ele completa dizendo que Fortaleza, por ter recebido influência francesa no início do século XX, é bem mais próxima da República do que do Império. “A república foi um ideal muito bem desenvolvido na França”.
ENTENDA A NOTÍCIA
Manuel Deodoro da Fonseca, o marechal Deodoro, foi um militar alagoano e político, proclamador da República e primeiro presidente do Brasil. O feriado de hoje é uma homenagem à instituição da República no Brasil.
Saiba mais
Em 1889, num levante político-militar, o Brasil deixava a monarquia, comandada por uma família real, para se transformar em uma República Federativa Presidencialista. Marechal Deodoro foi o líder. Segundo o professor André Rosa, ele era um militar de carreira, amigo de Dom Pedro II.
O professor conta ainda que os militares saíram fortalecidos da Guerra do Paraguai e acharam que poderiam governar o País. “A proclamação foi um golpe. Os quartéis fizeram a adesão à República e o Exército levou uma carta de renúncia para o imperador Dom Pedro II assinar”, conta. No início, não houve tantas mudanças políticas. Elas começaram cerca de 40 anos depois.
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