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O empresário iraniano Farhad Marvizi foi condenado a 20 anos de prisão pela tentativa de homicídio contra o auditor fiscal federal José de Jesus Ferreira, 59, em dezembro de 2008. O júri popular, realizado pela 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará, durou cerca de 10 horas e contou com medidas restritivas de acesso e de segurança.
Os jurados do Conselho de Sentença acataram a tese da acusação de que foi o iraniano quem mandou matar o auditor. Na época do crime, Jesus Ferreira era chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal e coordenou fiscalizações e apreensões em empresas do ramo de eletrônica pertencentes a Marvizi.
Os advogados de defesa afirmaram que recorreram da condenação logo após a sentença. “A defesa entendeu que o julgamento contrariou as provas dos autos. Não havia prova suficiente para a condenação”, argumentou o advogado Flávio Jacinto.
O procurador da república Samuel Miranda Arruda, representante da acusação, qualificou o julgamento como “necessário”. Segundo ele, não havia dúvidas de que Marvizi realmente receberia uma punição “merecida”, pois o atentado contra o auditor foi um ato “muito audacioso”.
O julgamento do iraniano foi na área federal porque a vítima é auditor da Receita Federal, tendo sua função motivado o crime. Farhad ainda será julgado na esfera estadual, por outros crimes.
Relatórios policiais anexados aos processos chegam a citar o iraniano como suspeito de pelo menos 10 homicídios. Há processos em andamento pelas mortes do empresário Francisco Francélio Holanda Filho, em julho de 2010, e do casal Carlos José Ferreira Magalhães e Maria Elizabete Almeida Bezerra, no mês seguinte, entre outras.
Manifestação
Sessenta vagas foram disponibilizadas para pessoas acompanharem o julgamento, mediante credenciamento. Familiares da vítima e do réu também tiveram o direito de assistir ao julgamento, sendo 14 lugares reservados para cada parte. A família do auditor, entretanto, abriu mão de seus lugares.
Segundo a filha do Jesus Ferreira, a decisão de permanecer do lado de fora do edifício foi uma “questão de segurança”. Durante o julgamento, cerca de 50 colegas de trabalho do auditor realizaram uma manifestação silenciosa em frente ao prédio da Justiça Federal, no Centro.
O auditor foi o primeiro a ser ouvido no julgamento. Em seguida, segundo informações de fontes que acompanharam o julgamento, um agente da Polícia Federal prestou depoimento como testemunha de acusação. O policial teria afirmado que, para ele, o crime estava solucionado, sendo Marvizi o mandante do atentado.
Depois, o iraniano prestou depoimento. Ele teria negado ser o mandante do ataque, alegando, em juízo, ser de religião judaica, o que impediria tal postura criminosa.
Além das acusações de homicídios, Marvizi tem seu nome citado em investigações por crimes como estelionato, receptação, violação de direito autoral, furto, posse ilegal de arma de fogo, pedofilia, descaminho, dentre outros. Ele já foi condenado por crime ambiental e lavagem de dinheiro. (colaborou Bruno de Castro)
ENTENDA A NOTÍCIA
O iraniano foi preso pela Polícia Federal em agosto de 2010 acusado de comandar m grupo de extermínio em Fortaleza. O estrangeiro era dono de lojas de eletroeletrônicos.
Perfil
O iraniano Farhad Marvizi é casado com uma brasileira, com quem tem um filho. Ele era proprietário de três lojas em shoppings da Capital e foi apontado como líder de uma organização criminosa, que contrabandeava produtos eletroeletrônicos. Segundo as investigações, quem interferisse nos negócios era executado por pistoleiros ou mesmo por policiais militares contratados pelo empresário. Ele morava em Fortaleza há mais de 15 anos.
Saiba mais
O julgamento foi presidido pelo juiz Danilo Fontenelle. A tentativa de homicídio contra o auditor da Receita foi caracterizada como triplamente qualificada (motivo fútil, mediante emboscada e também mediante pagamento).
Também são acusados pelo atentado: Jean Charles da Silva Libório, Cláudio Nascimento Cardoso, Joaquim Alves Marinho, Charles Herbert Pereira, Francisca Elieuda Lima Uchoa, Maykon Gleytson Jacó e Carliano Alves da Silva. Por terem recorrido ou com processos na Justiça Estadual, eles só deverão ser julgados posteriormente.
Para entender
9/12/2008. O auditor fiscal Jesus Ferreira sofreu um atentado enquanto trafegava pelo cruzamento das ruas Meruoca e José Lino, na Varjota. Dois homens armados, em uma motocicleta, efetuaram vários disparos de pistola contra a vítima, que foi atingida com cinco tiros e sobreviveu.
12/8/2010. Farhad Marvizi é preso durante a operação Canal Vermelho, da Polícia Federal. Ele foi acusado de mandar matar pelo menos 11 pessoas, entre elas o auditor fiscal.
Bastidores
O iraniano chegou ao prédio da Justiça Federal às 7h30min, em um comboio de três viaturas da PF, sob a escolta de vários agentes. Os veículos entraram no prédio por um acesso lateral.
Todo o 5º andar do prédio da Justiça Federal foi isolado. Só teve acesso ao local quem estava credenciado. O auditório foi vistoriado e lacrado no dia anterior. Equipamentos eletrônicos não puderam ser utilizados no recinto.
Jesus Ferreira também chegou ao local escoltado. Três seguranças particulares acompanhavam o auditor.
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