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A sétima maior favela do Brasil está em Fortaleza. Com 42.878 habitantes, o Pirambu consta na lista dos aglomerados subnormais mais relevantes do País, segundo pesquisa, divulgada ontem, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de dados do Censo Demográfico 2010.
Mais de 11,4 milhões de brasileiros, 6% da população do País, vivem em espaços que, segundo o IBGE, atende aos critérios de ocupações irregulares com mais de 51 domicílios. O Ceará se destaca como sétimo estado com maior número de aglomerados do País. Ao todo, são 226 comunidades distribuídas em 14 municípios. No Nordeste, apenas Pernambuco (347) e Bahia (280) estão à frente do Estado em números absolutos de ocupações.
Além do genérico conceito de favela, os chamados aglomerados subnormais estão representados por invasões, grotas, baixadas, vilas, ressacas, mocambos, palafitas. Incluem áreas de mangue, faixas de praia ou outras Áreas de Proteção Ambiental. Só em Fortaleza, 194 aglomerados foram mapeados pelo IBGE.
Segundo o chefe da unidade estadual do Instituto, Francisco José Moreira Lopes, o levantamento, feito em parceria com as prefeituras dos 5.565 municípios do País, traz um direcionamento mais preciso das áreas, em comparação com as duas primeiras edições, de 1990 e 2000. José Moreira Lopes ressalta a importância dos indicadores para o provimento de políticas públicas habitacionais mais acertadas.
De acordo com o pesquisador do Observatório das Metrópoles, da UFC, arquiteto Renato Pequeno, o número de ocupações irregulares está aumentando. Ele destaca dois pontos expostos, implicitamente, pela pesquisa. “A população está mais pobre, já que se tem mais desigualdade. Além disso, o poder público não está dando conta de uma política habitacional eficiente”.
As consequências diretas, explica o professor, é a ineficácia no acesso absoluto a saneamento básico, energia elétrica e água tratada, o que resulta em maior sobrecarga de demanda para o setor da saúde e, até mesmo, evasão escolar.
Pirambu
O ordenamento das ruas do Pirambu, considerada a maior favela do Ceará, não segue um padrão. À medida que se embrenha pelas vias em direção ao mar ou ao sertão, as ruas vão se estreitando continuamente. Quanto mais se afasta da avenida Presidente Castelo Branco, a conhecida Leste Oeste, mais as condições de moradia no bairro se tornam precárias.
A dona de casa Sandra Pereira de Sousa, 42, sabe bem disso. Na casa de dois cômodos, ela, o marido e os dois filhos vivem no espaço de cerca de quatro metros quadrados. Não há esgoto, água encanada nem luz. “Já prometeram o papel da casa (escritura), mas, até agora, nada”, lamenta. A família sobrevive com R$ 250 mensais.
Renato Pequeno reitera que as condições de moradia, no que ele chama de “bairro-favela”, melhoraram consideravelmente nos últimos anos, principalmente com a atuação das muitas organizações e associações. Ainda assim, segundo ele, estão longe de atingir as condições dignas para a maioria da população.
“No Pirambu, pode ter infraestrutura para alguns, mas a ocupação desordenada não permite uma organização mínima”, define.
ENTENDA A NOTÍCIA
A partir de dados do Censo Demográfico 2010, IBGE mapeou 6.329 aglomerados subnormais (ocupações irregulares), no Brasil, em 323 dos 5.565 municípios brasileiros. Pirambu é o sétimo maior.
6%
É a porcentagem de brasileiros que vivem em aglomerados subnormais
3º
É a colocação do Ceará no Nordeste em número de aglomerados subnormais
226
É a quantidade de aglomerados subnormais que existem no Ceará
SAIBA MAIS
Em Fortaleza, dos 108.903 domicílios em aglomerados subnormais, 2.906 não dispõem de tratamento adequado para o lixo. O local com maior índice é Marrocos (no bairro Bom Jardim). Dos 519 domicílios, 63% não coletam.
7.958 não dispõem da forma correta de abastecimento de água. A maior deficiência, com 13% do total, é o Pirambu.
29.924 não dispõem do serviço de rede geral de esgoto. O local com maior deficiência é Borba Gato. Dos 3.567 domicílios, 2.488 não possuem rede de tratamento de esgoto.
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