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Dos nove anos e oito meses de prisão a que Marcelo Fontenele Maia foi condenado por haver atirado com uma pistola contra a cabeça da ex-mulher Roberta Viana Carneiro, em 12 de dezembro de 1998, ele cumpriu exatos seis meses e 11 horas. Os seis meses, ainda em 2007, quando o réu foi julgado e condenado por tentativa de homicídio duplamente qualificado, mas solto após obter um habeas corpus, que lhe permitiu recorrer da decisão em liberdade.
As 11 horas restantes foram cumpridas ontem, numa cela da Delegacia de Capturas, no Centro, depois de Marcelo ter sido preso em casa, na Cidade dos Funcionários. Ele foi detido às 6h30min e solto às 17h30min do mesmo dia.
Por telefone, o advogado do condenado, Paulo Quezado, comemorou: “O homem está solto”. Antes disso, ainda no fim da tarde de ontem, o juiz José de Castro Andrade, titular da 3ª vara do júri, afirmara: “Isso é coisa de Brasil. É de se desestimular, largar tudo e vender banana na feira”. Responsável pelo julgamento do caso, Andrade lamentava as sucessivas idas e vindas, que empurram a aplicação da pena a cada nova jogada. Em 12 anos, um sem-número de pedidos de habeas corpus e recursos impetrados nas instâncias jurídicas do País impediram que Marcelo permanecesse preso por muito tempo. Para o juiz, essas brechas no direito brasileiro entristecem “quem está fazendo um trabalho honesto, correto”.
Segundo Paulo Quezado, a nova prisão de Marcelo, decretada por mandado emitido pelo juiz José de Castro Andrade na quinta-feira, 15, é resultado de um equívoco. O advogado explica que havia dois recursos tramitando simultaneamente: um no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi indeferido no começo de julho deste ano pela ministra Ellen Gracie, e outro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda sob as vistas da instituição. O segundo recurso, ele esclarece, garante a liberdade de Marcelo.
“Por que o STJ não divulgou pra mim?”, perguntou José de Castro Andrade no telefone. Para o juiz, que assinou o pedido de prisão e também de soltura do condenado, houve falha na comunicação entre o STJ e a 3ª Vara do Júri. Andrade foi informado pelos advogados de defesa de Marcelo que havia um recurso em posse do STJ. Entretanto, ele considera: em três meses, no máximo, esse recurso deve ser julgado. “Ele (Marcelo Fontenele Maia) não tem como escapar dessa condenação. Ele é condenado. O que está sendo feito é o adiamento. O mérito foi decidido. Não tem mais recurso. Isso é mais pra procrastinar, adiar o cumprimento da pena.”
Marcelo e Roberta se conheceram em 1994, na faculdade. Quatro anos depois, já casados, Marcelo, cujo comportamento é apontado por familiares como agressivo, disparou um tiro de pistola contra o rosto da esposa.
E-MAIS
CRIME E RECURSO
Em 14 de dezembro de 2007, Marcelo Fontenele Maia foi julgado e condenado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado. Em 12 de dezembro de 1998, ele atirara contra a esposa Roberta Viana Carneiro, ferindo-lhe o rosto.
Roberta sobreviveu, mas com sequelas: ela ficou com paralisia lateral e distúrbios psicológicos. Segundo testemunhas, Marcelo já havia apresentado comportamento agressivo em outras ocasiões.
O Julgamento de Marcelo durou 15 horas e se encerrou com a condenação de nove anos e oito meses. Foram seis votos a favor e apenas um contra a aplicação da pena.
Ontem, Marcelo foi preso e, menos de doze horas depois, solto. Um recurso que tramita no Superior Tribunal de Justiça garante que ele siga em liberdade, aponta o advogado de defesa Paulo Quezado. Para ele, a prisão do cliente foi um equívoco. Até aqui, Marcelo cumpriu seis meses e onze horas da pena.
NÚMEROS
12
ANOS. ESSE É PRATICAMENTE O TEMPO TRANSCORRIDO DESDE O CRIME
6
MESES E 11 HORAS FOI O TEMPO QUE MARCELO PERMANECEU PRESO
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