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Ao lado da família e iluminado pelo manto coral, o velho Caracol descansou. Valdemar Caracas não resistiu a uma insuficiência renal e faleceu, na manhã de ontem, aos 105 anos. O legado deixado vai além da fundação do Ferroviário. Protagonista de causos memoráveis, partiu uma lenda do futebol cearense. E o luto não tem agremiação.
“A importância do Valdemar vai além. Ele representava muito. Não só para o futebol, mas também para o estado do Ceará. Como líder operário, como liderança no futebol cearense, como cronista pioneiro do rádio esportivo local. Sem contar o próprio Ferroviário, que ele considerava o grande xodó”, destacou Evandro Ferreira Gomes, diretor de futebol do Tubarão da Barra.
Valdemar Caracas nasceu no dia 9 de novembro de 1907, em Pacoti. Desde os sete anos morava em Fortaleza onde cultivou família, carreira profissional e sua paixão inesgotável pelo Ferroviário Atlético Clube. Em 1933, estava no grupo que fundou a equipe coral. Pelo clube, doou-se como pode. Foi técnico e diretor. Revolucionou o futebol no Estado.
“O ano de 1938 é apontado como o despertar do futebol cearense para o profissionalismo. E graças a Valdemar Caracas. Foi o então jovem dirigente da Rede de Viação Cearense (RVC) quem atentou para organizar as peladas dos funcionários em um mesmo time: o Ferroviário”, conta o jornalista e comentarista Ciro Câmara, da Rádio O POVO/CBN.
Eternamente Ferrão
Pela idade avançada, Caracas já não acompanhava de perto o passo a passo do seu time. Porém, não hesitava na hora de defender com unhas e dentes o Ferrão. Até nos momentos de grande sufoco. Foi o caso de 2012, ano da última entrevista dele ao O POVO. Temporada de caos e do quase rebaixamento.
Mesmo com diretoria e equipe desestruturadas, o velho Caracol bradou quando perguntado sobre a situação dos corais: “O Ferroviário vai acabar se cair? Vai nada! Quem disser isso está falando besteira. O Ferroviário é inacabável”, disse o ilustre torcedor, igualmente inacabável.
Perfil
Trajetória
Valdemar Cabral Caracas nasceu no dia 9 de novembro de 1907, em Pacoti, no interior do Ceará. Com sete anos, sua família veio para Fortaleza. Ainda jovem, ele começou a trabalhar no comércio, nas Lojas Samaritanas. No fim da década de 1920, entrou para a Rede de Viação Cearense (RVC), onde trabalhou como escriturário e foi diretor. No futebol, é considerado um ícone da torcida do Ferroviário, clube que ajudou a fundar, em 1933, e no qual foi técnico e diretor. Foi ainda o primeiro cronista esportivo do Estado, sendo repórter, comentarista e noticiarista da primeira equipe de esportes da Ceará Rádio Clube, no fim da década de 1930, além de correspondente do Jornal do Brasil e do Jornal dos Sports, ambos do Rio de Janeiro. Caracas fundou o Humaytá e foi sócio-fundador do Maguary, embora não tenha feito parte do grupo fundador do clube. Entre 1936 e 1937, foi ainda vereador de Fortaleza. Valdemar morreu na manhã de ontem de insuficiência renal. Deixa uma filha, quatro netos e um bisneto.
O POVO online
Os trechos acima foram retirados das Páginas Azuis do O POVO com Valdemar Caracas. A entrevista foi realizada em 2007, ano em que foi comemorado o centenário do fundador do Ferroviário http://esportes.opovo.com.br
Frases
Abaixo, trechos de respostas de Valdemar Caracas na entrevista das Páginas Azuis do O POVO, em 2007
Primeiro time
Eu adorava fundar time. O primeiro que eu fundei foi o Humaytá, time dos empregados das Lojas Samaritanas.Nasce o Ferrão
Os operários tiveram a ideia de fazer uma pelada todo dia. Quando foram limpar o terreno ao lado da oficina, o mato era jurubeba e matapasto, que viraram os nomes dos dois times. Foi aí que nasceu a ideia de fundar o Ferroviário.Em cada estado
Torço um time em cada estado. Por falar nisso, muita gente nota a semelhança no uniforme do São Paulo com o do Ferroviário. Fui eu quem mudei o uniforme do Ferroviário para ficar igual ao deles.
O melhor e o pior
Dava as notícias dos resultados (na Ceará Rádio Clube) de todos os jogos. No fim da década de 1930, só tinha eu como cronista esportivo em Fortaleza. Eu era o melhor e o pior.Veja também
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