Sociólogo critica tendência de copiar modelo americano
Antes de participar do Futura Trends, De Masi, afirmou em palestra no Espaço O POVO que é muito comum entre os brasileiros querer abrir mão de sua brasilidade, em detrimento de uma estética semelhante à dos Estados Unidos. "Fortaleza lembra muito Las Vegas, a Bahia parece uma outra versão de Miami", exemplificou.
Em meio a isso, ele mencionou a importância de visionários que se propõem a rejeitar essa tendência e fazer uma estética genuinamente brasileira. Um exemplo que ofereceu desse tipo de figura foi o arquiteto Oscar Niemeyer, que era seu amigo.
Para ele, o brasileiro - e particularmente os intelectuais - tem uma tendência a se enxergar menor do que realmente é, conforme o sociólogo. Aliado a isso, existe uma falta de planejamento e de um projeto de futuro, o que pode comprometer o potencial do País.
O italiano disse que uma particularidade que faz do Brasil um caso único entre os demais países do mundo é a mescla racial, onde vivem no país 47 etnias diferentes pacificamente. "Claro que existe racismo no Brasil, mas é de um modo diferente de outros lugares, onde há igrejas para brancos e para negros, por exemplo", ele esclarece.
O brasileiro, assim, conta com uma herança de cada etnia que por aqui passou. A cordialidade e o senso estético, conta o pesquisador, são herdados dos índios. Já dos portugueses, herdou-se o empreendedorismo e o senso de aventura.
Além disso, ele continua, contrastando com outras regiões do mundo, como a Europa, o Brasil só teve uma guerra nos últimos 500 anos, a do Paraguai, essa impulsionada por um país europeu.
Ele menciona que, no modelo de sociedade em que se vive hoje, não há uma referência que sirva como guia e referência. (Anderson Cid/ Especial para O POVO)
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