[an error occurred while processing this directive] Edifício São Pedro. Da juventude boêmia à velhice abandonada | DOM. | O POVO Online
radar.dom 24/01/2016

Edifício São Pedro. Da juventude boêmia à velhice abandonada

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Isabel Filgueiras isabelf@opovo.com.br
CHICO ALENCAR/ESPECIAL PARA O POVO
Edifício São Pedro, na Praia de Iracema, pode ter seu interior reformulado para receber uma torre comercial de 20 andares

Cotidiano
 

No ano em que completa 65 anos, o Iracema Plaza Hotel, apelidado Edifício São Pedro, terá de passar por mais uma provação para ficar de pé. O prédio na Praia de Iracema corre o risco de ter o miolo substituído por uma torre comercial de 20 andares. Na última quarta-feira, 22, a Comissão Permanente de Avaliação do Plano Diretor (CPPD) aprovou análise que prevê a obra. Pelo projeto, a fachada seria preservada, mas o interior, que mais lembra um labirinto, passaria por mudança completa.
 

Para alguns arquitetos e historiadores, o sexagenário ainda é jovem para ser tombado como patrimônio histórico. Em 1951, ele inaugurou a era dos hotéis na orla de Fortaleza. Até então, o chique era se hospedar no Centro da Cidade, ali pelo Excelsior, na Praça do Ferreira. O empreendimento foi o primeiro com mais de dois andares na região da Praia de Iracema.
Ao redor, só se viam os coqueiros, o morro, a areia branquinha da praia e a moçada tomando sol. Três entradas davam acesso ao prédio que era hotel de luxo, condomínio particular e ponto comercial.
 

Jogadores de futebol famosos do Flamengo e do Ceará costumavam se hospedar ali. Ícones da música brasileira como Clara Nunes e Wanderléa também passaram pelo reduto do requinte, no bairro da boemia. Entre os moradores, destacou-se o colunista do O POVO, Lúcio Brasileiro, que residiu naquele endereço por 20 anos. 


No térreo, funcionava o restaurante Panela, frequentado pela alta sociedade. Em formato de navio, o Iracema Plaza começou a ser conhecido como Edifício São Pedro por causa da igreja homônima da vizinhança.
 

Nos anos 1990, o hotel parou de funcionar. Surgiram concorrentes mais modernos e ele ficou obsoleto. Por dentro, dizem especialistas, ele não é seguro, sem ter vazão para fuga de incêndio, por exemplo. A saída, diz um dos proprietários, é “renová-lo” e adequar o projeto às novas regras de construções brasileiras. Antes disso, porém, será preciso o aval do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor). 

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