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Embora a luta feminista recue décadas no tempo, a impressão é de que há algo novo lá fora, nas ruas, e aqui dentro, nas empresas, universidades, escolas e igrejas. Um modo de organização de meninas cujos interesses e demandas se articulam uns aos outros de forma quase orgânica, seja por meio das redes, seja no calor das manifestações como a realizada em todo o País contra o medieval Projeto de Lei de autoria do deputado Eduardo Cunha. E não é casual que esse encontro esteja ocorrendo principalmente nas ruas de grandes cidades, espaço onde os preconceitos e patologias coletivas se revelam como são de fato: uma violência consentida pela maioria. Hoje, por exemplo, é difícil escamotear o elo que conecta o assobio corriqueiro e machista ao assédio a garotas de 12 anos cozinhando suas próprias receitas na televisão.
Os dois gestos, despretensiosos no que têm de cínicos, nutrem-se do mesmo caldo de permissividade que faz vista grossa para barbaridades cometidas por homens enquanto obriga mulheres a se impor um regime de restrições: de espaço, de roupa, de mobilidade, de erotismo, de direitos, de circulação, de tempo, de salário etc. Do mesmo modo, a retirada de páginas de coletivos feministas nessa guerra travada no Facebook cruza a fronteira e se traduz em mais um assassinato com característica de feminicídio, quando uma mulher é morta porque é mulher. Contra tudo isso, esboça-se uma reação de proporções ainda imprevistas, mas em cujo centro pode-se identificar um movimento de recusa a tudo que, até ontem, parecia natural.
Elas dizem: não é.
Henrique Araújo
Editor-adjunto de Conjuntura
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