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O parto normal nasceu no pensamento da jornalista Katharine de Sousa Magalhães, 30, antes mesmo que Alice estivesse nos seus planos. “Eu era mais ‘do contra’, não entendia porque as pessoas tinham cesárea”, diz.
Quando o teste de farmácia lhe deu a notícia da primeira gravidez, Katharine procurou um médico que espelhasse segurança e respeitasse a vontade dela de ter Alice por parto normal.
Encontrou, primeiro, uma doula. Somente no oitavo mês, depois de consultas com médicos inclinados a fazer o parto cesárea, Katharine encontrou a obstetra “acolhedora e respeitosa” que faria o nascimento de Alice.
Já passando da 40ª semana de gravidez, Katharine mantinha um desejo: ter a filha em casa. “Não gosto de hospital”, contrapõe. Mas ela e o marido tiveram que executar o “plano B”: “Houve a dilatação, mas a bebê não nascia. E eu estava esgotada, sentindo dor. A doula e a enfermeira (que acompanharam a gravidez e o trabalho de parto em casa) sugeriram ir para o hospital”.
Dona do corpo, Katharine também se tornou dona da situação. “Durante o parto, fui conversando e dizendo para os médicos o que eu queria e não queria”, lembra. “Depois que a bolsa estourou, não teve alívio. Mas eu estava muito focada no que eu queria. Em nenhum momento, pensei em pedir a anestesia ou partir para a cesária”, reconstitui. “E a Alice veio direto para o meu braço. Ela abriu o olho, e eu ofereci o peito”, mergulha outra vez.
Senhora de si, Katharine pensa que, se engravidar de novo, terá o bebê em casa, “em um ambiente mais meu, perto do pai, da família. É um sonho que tenho. Parir é transformador, cura tantas coisas e lhe faz mais forte. Senti muita dor, realmente, mas eu faria tudo de novo e aguentaria até por mais horas. Você não vê o tempo passar, entra em outra dimensão”. A insondável dimensão (e imensidão) das mães.
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