[an error occurred while processing this directive] 1,3 mil motoristas tiveram de fazer reciclagem no Ceará desde 2015 | O POVO
Desde 2015 11/07/2016

1,3 mil motoristas tiveram de fazer reciclagem no Ceará desde 2015

Entre 2014 e 2015, houve aumento de 54% no número de motoristas que tiveram de passar por reciclagem por terem habilitação suspensa
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Luana Severo luanasevero@opovo.com.br

De janeiro de 2015 até junho deste ano, 1.363 motoristas do Ceará tiveram de se reeducar para voltar a ter permissão para dirigir. Os casos mais recorrentes são de motociclistas que trafegam sem capacete e motoristas que dirigem após ingerir bebida alcoólica.

 

Em 2015, foram 992 habilitações suspensas. Houve alta de 54% em relação a 2014, quando haviam sido 641 condutores obrigados a se submeter a cursos de reciclagem, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE). No primeiro semestre de 2016, foram 371 motoristas.


A suspensão do direito de dirigir ocorre quando o motorista atinge 20 pontos em infrações. A pena dura de um mês a um ano e, para ter devolvida a habilitação, o motorista precisa se submeter ao curso de reciclagem. Se o infrator conduzir veículo durante o período de suspensão, a habilitação é cassada. Nesse caso, o condutor passa dois anos sem habilitação e precisa se submeter a todo o trâmite para tirar a carteira.


Por que reciclar?

Além de punir e reeducar, o curso de reciclagem busca atualizar os condutores na legislação de trânsito, principalmente aqueles que retiraram o documento há muito tempo. No caso do administrador Fernando Policarpo, 72 anos, que tirou a CNH em 1968, serviu para alertar para os riscos de dirigir em alta velocidade e lembrar o significado de placas e sinais.

 

“A gente percebe que a gente é negligente. Você acredita que tem uma sinalização que fala ‘pode estacionar’ e eu pensava que não podia? Quantas vezes eu deixei de estacionar?”, comenta, rindo. E sugere: “A cada renovação da carteira, todo mundo deveria fazer uma reciclagem”.


Professor da Escola de Direção Defensiva, Washington Oliveira, ilustra a relação dos motoristas com a reciclagem. “No primeiro dia, 80% das pessoas vêm dirigindo o próprio veículo, embora estejam sem carteira. Depois não vêm mais, alguém vem deixar”.


“Por ser obrigatório, a pessoa, num primeiro momento, não aceita. Mas eles acabam gostando. Admitem que tinham necessidade”, relata Cida Soares, diretora da Autoescola Aldeota.


Para Angela Merice, que teve de se reciclar por dirigir com a CNH vencida, o curso lembrou que a legislação de trânsito muda a cada ano. “Hoje está bem mais rigoroso. O negócio está ‘acochado’”, destacou. “Nosso condutor é desinformado mesmo”, lamentou Luziania Vasconcelos, da diretoria de Habilitação do Detran.

 

Saiba mais


O conteúdo do curso de reciclagem é: legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros e relacionamento interpessoal.


Com carga horária de 30 horas/aula, a reciclagem era ofertada pelo próprio Detran. Para condutores do Interior não precisarem se deslocar à Capital, a responsabilidade passou a ser das autoescolas.


De acordo com Luziania Vasconcelos, da diretoria de Habilitação do Detran, há possibilidade de a reciclagem vir a ser ministrada à distância. “Já está autorizado pelo Denatran.

 

Porém, há educadores de trânsito que consideram a presença em sala de aula fundamental à reeducação.

 

Desde que os cursos de reciclagem deixaram de ser ofertados pelo Detran-CE, autoescolas têm dificuldade para formar turmas. A maioria dos motoristas deixa para procurar a capacitação às vésperas do fim do prazo da suspensão. “A procura é tão pequena que as autoescolas não têm interesse. Quando o aluno vem, quer fazer ‘pra ontem’”, conta Washington Oliveira, diretor na Escola de Direção Defensiva.

 

espaço do leitor
demostenes de souza lima 12/07/2016 00:53
Ai está a prova que essas pessoas não devem nem usar carrinho de supermercado...quando mais um veiculo que se torna uma arma nas ruas de tamanha inresponsabilidade
Zé Bob 11/07/2016 08:54
Isto é reflexo de deficiência moral de nosso povo. Não respeitamos regras de convivência e queremos sempre o "caminho fácil" na solução dos nossos problemas, independentemente do custo desta decisão para as pessoas ao redor. Espero, sinceramente, que isto mude, um dia. Fica a pergunta: que espécie de Brasil estamos deixando para os nossos filhos?
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