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Tenente da Polícia Militar assumiu ontem a direção do Centro Educacional Patativa do Assaré (Cepa), no Ancuri, após o antecessor ter sido feito refém em rebelião realizada pelos adolescentes no início do mês. Cerca de 70 internos escaparam em dois motins no intervalo de quatro dias. Conforme O POVO mostrou no último sábado, 7, há alguns centros em que até o juiz Manuel Clístenes, da 5ª Vara da Infância e Juventude, teme entrar por medo de ser feito refém. O Patativa do Assaré é o mais crítico deles.
Pela primeira vez desde janeiro, representantes de entidades de defesa dos direitos humanos puderam entrar no centro e tiveram acesso aos adolescentes internados no local. Não foi autorizada a entrada da equipe do O POVO.
Os órgãos que visitaram os adolescentes questionaram a nomeação de um policial militar para a direção de um centro educacional. Segundo eles, o novo diretor é o tenente Otevaldo Sousa. A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) confirmou que há mudança de dirigentes, como parte de sistema de rodízio entre profissionais. Entretanto, não confirmou o nome do novo diretor do Patativa do Assaré, nem o nome do antecessor.
O último diretor foi usado como refém por aproximadamente 50 adolescentes que fugiram da unidade no último dia 2 de maio. Para o assessor jurídico do Cedeca, Acássio Pereira, ter um tenente à frente do centro é um retrocesso, independentemente do perfil. “Nos parece que a proposta que o Estado vem assinalando é a da militarização dos centros”.
Visitas
Ao longo do dia de ontem, mães de adolescentes internos tentavam visitar os filhos. Uma delas, cujo nome O POVO opta por não divulgar, apontou falta de controle inclusive quanto aos adolescentes que permanecem reclusos e os que fugiram.
Ela foi ontem ao local com informação de que o filho seria um dos foragidos da última fuga em massa. Então foi chamada para buscar os documentos dele. Ao chegar lá, foi informada de que houvera engano e o filho dela não havia fugido. “Foram lá dentro e viram ele hoje. Aí vieram me pedir desculpa. Agora só saio daqui depois de vê-lo”, disse.
Ela contou que só teve autorização para ver o jovem uma vez nos últimos quatro meses. “Não sei como meu filho está, não sei se está espancado”.
Sérgio Silva, presidente do Comitê de Prevenção e Combate à Tortura, criticou a desorganização do centro. “Eles têm o quantitativo de jovens, mas não têm os nomes, não sabem nem quem está aí”.
De acordo com ele, durante a visita que as instituições realizaram ontem, os jovens relataram falta de colchões e abusos por parte da Polícia. Os adolescentes também reivindicaram rotina de visitas. Segundo o presidente do Comitê, o local apresenta resquícios das constantes tentativas de fugas, com marcas dos incêndios nas paredes e tiros de sal. “Ainda tem o problema hidráulico e da umidade. Eles (os internos) tomam banho com água do bojo (sanitário). Há muitos vasos (sanitários) entupidos”, relatou.
A visita das mães, que esperaram ao longo do dia, ocorreu só no início da noite, depois da inspeção dos órgãos de direitos humanos. Segundo Sérgio, houve tensão nesse momento. “Quando os socioeducadores abriram os dormitórios, eles (os internos) saíram forçando a saída, levando os agentes. Depois, começaram a abrir os demais dormitórios”, explicou. A Polícia Militar foi acionada para colocar os internos de volta nos dormitórios. Segundo Sérgio, essa situação é cotidiana no Patativa do Assaré.
STDS
NÚMEROS
50
adolescentes fizeram diretor de unidade refém no último dia 2 e fugiram
Saiba mais
Escolta
Até as refeições, consideradas as horas mais tranquilas nos centros, é feita sob escolta no Patativa do Assaré.Internos
Com as duas fugas em massa, a primeira em 28 de abril, a segunda em 2 de maio, cerca de 70 jovens fugiram do Centro Educacional Patativa do Assaré, restando aproximadamente 50. Atualmente, há 92 internos.Eles foram trazidos de outros centros.
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